Islândia (dia 8): Em busca das baleias em Hauganes

Uma experiência com a Whale Watching Hauganes, a pioneira nesse tipo de aventura


Amanheci depois de mais uma noite dormindo no carro, dessa vez na periferia da cidade de Akureyri. Minha surpresa foi sair do carro e encontrá-lo coberto de neve. Depois de limpar a neve, segui para o centro da cidade antes de partir para mais um dia de estrada.                                                                                   
O carro amanheceu "branco de neve"


AKUREYRI

A cidade de 17.000 habitantes é a quarta maior cidade da Islândia, depois de Hafnarfjörður, Kópavogur e Reykjavík. Como toda "cidade grande", Akureyri possui um shopping. Passei lá para conhecer, usar o banheiro (depois de uma noite no carro) e fazer umas compras no mercado Netto. 

Lojas com nomes que até parecia ser no Brasil


Cervejas islandesas


HAUGANES

Este dia foi dedicado à observação de baleias no fiorde chamado Eyjafjörður, iniciando na pequena vila de pescadores de Hauganes de aproximadamente 120 habitantes (fica a apenas 32 km de Akureyri, veja aqui a localização no Google Maps). Porém, na verdade foi muito mais que isso, foi um dia de boas experiências na companhia da equipe da Whale Watching Hauganes, a mais antiga empresa de observação de baleias na Islândia. Mais informações e reservas podem ser pesquisadas no site https://whales.is/

Hauganes é uma pequena vila de pescadores com cerca de 120 habitantes


A paisagem incrível do Fiorde Eyjafjörður, visto de Hauganes


Sede da Whale Watching Hauganes, a empresa mais antiga do país no ramo


Para se ter uma noção do tamanho de um dos tipos de baleias que vivem naquela região


Fui muito bem recebido pelo Adalsteinn Svan, que é gerente e guia da Whale Watching Hauganes. Depois de uma boa conversa, aprendi com ele coisas interessantes sobre as baleias e também sobre o país. Quando chegou a hora de embarcar, recebemos roupas térmicas da empresa para proteger do frio que faz na embarcação, um robusto barco de carvalho construído em 1954, com 21,5 metros.  

A empresa disponibiliza um macacão térmico para proteger do frio


É uma experiencia única navegar num autêntico barco regional com 21,5 metros de comprimento


O barco partiu e o nosso guia fazia explicações importantes sobre o comportamento das baleias


O tipo de barco é bem estável, o que minimiza a chance de enjôo 


O capitão e o guia seguem do alto navegando e procurando as baleias


A Whale Watching Hauganes é uma das empresas mais tradicionais do país


Diferente de outros passeios de observação de baleia na Islândia, a navegação nas águas do fiorde é bem calma por não ser mar aberto e, assim, evita que os passageiros fiquem enjoados. Navegamos por 3 horas mas as baleias não apareceram dessa vez, contudo, o passeio não terminaria assim. A equipe de guias ministrou uma aula das técnicas de pesca regional e entregaram varas e molinetes para que todos testassem na prática! Apesar de não ter aparecido baleias naquele dia, a navegação nas belas águas cercadas de montanhas de gelo do fiorde Eyjafjörður foi uma experiência inesquecível.

Observação a partir do alto do barco


Guias sempre dispostos a esclarecer quaisquer dúvidas e isso rendia boas conversas


Cookies e chocolate quente liberados durante a navegação (olha a felicidade 😆)


Aulas práticas de pesca regional


As gaivotas permanecem sempre seguindo o barco


BACCALAO FACTORY

Ao conversar com Adalsteinn, ele me explicou que no passado a empresa vivia de pesca, inclusive de baleias como era comum na Islândia, até que percebeu-se que investir na preservação delas e fazer a aproximação das pessoas com aqueles animais era uma atividade muito mais rentável e principalmente justa. Assim surgiu a Whale Watching Hauganes, sendo a pioneira no assunto e que ajudou a difundir essa prática de preservação de baleias no país. Porém, a empresa não deixou o ramo da pesca, trabalhando agora com bacalhau e... tubarão! Após a navegação no fiorde, Adalsteinn nos convidou a conhecer aquela "fábrica" diferente.

Bacalhau empacotado pronto para a venda


A fábrica funciona ao lado da sede do Whale Watching e processa e prepara o pescado para a venda interna e exportação. Logo na chegada, vimos o corte e limpeza do bacalhau recém pescado. Depois, uma surpresa, a cabeça de um Tubarão da Groenlândia, uma espécie grande conservada em uma bacia. E para finalizar a visita pela fábrica, o processo para salgar e conservação.

Processo de corte de limpeza do bacalhau


Olho do bacalhau


É "olho por olho, dente por dente"


Espero que essa seja a única vez que minha mão chegou tão perto da boca do tubarão 


Cabeça do tubarão vista do ângulo do corte


Área de preparação do pescado


Bacalhau pronto para ser embalado


Depois de conhecer a fábrica, fomos para outro setor experimentar uma degustação de tubarão. Foi a primeira vez que a maioria das pessoas ali provou a carne de tubarão, inclusive eu, e o resultado é... muito ruim! 😣 Adalsteinn explicou que o tubarão é um ser primitivo que "mija" pela pele, ou seja, a carne fica com gosto de ureia. É tradição beber, junto com o tubarão (talvez por tirar o sabor ruim), o brennivín que é a aguardente tradicional da Islândia. É produzida com polpa de batata fermentada e cominhos, e significa literalmente "vinho ardente".

No escritório, fotos históricas da família de pescadores que deu origem à empresa 


Eu estava com fome e enfiei os pedaços na boca sem saber que era tão ruim


Um drink de brennivín para tirar o gosto amargo


Peça de bacalhau com o corte tradicional


Bacalhau embalado para ser comercializado


Recebemos de Adalsteinn um certificado de amigo da empresa


Além da agência de observação de baleias e da fábrica de bacalhau e tubarão, a empresa também possui um restaurante em Hauganes, o Baccalá Bar que serve o que tem de melhor do pescado na região e é todo estilizado, inclusive com uma caravela viking com mesas dentro. Depois de tomar uma sopa ali, me despedi da equipe da Whale Watching Hauganes pelo conhecimento adquirido e pela amizade construída. Eles também tem perfil no Instagram: @whalewatchinghauganes. Eram 17h00 e eu tinha que partir para o meu próximo destino...

Caravela viking em frente ao Baccalá Bar


Tem piada de pescador até no banheiro do restaurante


Momento "ridiculão" no painel do bar


PERNOITE

De Hauganes até o meu próximo destino Stykkisholmur, na Península de Snaefellsnes, foram 421 km (4h 30min de viagem). Foi o maior trecho de deslocamento de toda a volta que eu estava dando na ilha. Os últimos 30 km foram por uma estrada de terra e demoraram mais, porém deu para ver um pôr do sol privilegiado. Meu pernoite foi no Fransiskus Hotel, uma excelente opção para descansar depois de dirigir tanto e ter dormido vários dias dentro do carro.

Pôr do sol da estrada de terra rumo a Stykkisholmur


O pernoite foi no Fransiskus Hotel


VEJA O VÍDEO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.