Islândia (dia 9): Snæfellsnes, um lugar de lendas e belezas exóticas

Ambiente conhecido do livro de Julio Verne e de episódios de Game of Thrones


O nono dia de viagem seria dedicado a explorar a Península Snæfellsnes, no oeste do país, que é uma região conhecida como "Islândia em miniatura", pois muitos pontos turísticos nacionais são encontrados lá. A península também é famosa por ter sido cenário do livro Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne, e da série Game of Thrones.


FRANSISKUS HOTEL

Depois de passar sete dias dormindo dentro do carro, fiz um pernoite estratégico na cidade de Stykkishólmur. Para recarregar as baterias do corpo em um lugar confortável, pernoitei no Fransiskus Hotel, um lugar histórico que antigamente funcionou como um monastério católico e hoje é um hotel moderno. O mais interessante é que ainda preserva a capela que é aberta à visitação. Um misto de hotel e igreja, um lugar diferente e que vale a pena conhecer. Os preços e reservas podem ser pesquisados no site: http://www.fransiskus.is/ . Veja aqui a localização no Google Maps.

O Fransiskus Hotel é um misto de hotel moderno e monastério histórico


Enfim dormir numa cama de verdade!


Banheiro limpo, com água quente e shampoo de graça!


Tem até chocolate de cortesia no quarto 😋


Café da manhã para tirar a barrida da miséria


Stykkishólmskirkja, a igreja da cidade, vista a partir do Fransiskus Hotel


SÚGANDISEY ISLAND

Stykkishólmur é uma cidade portuária desde os primórdios da história da Islândia, logo tem um porto bem estruturado para o seu tamanho. Em frente ao porto há um pequeno morro com farol onde, na verdade, é uma ilha conectada ao continente. Na minha opinião, as paredes desse lugar são as mais bonitas atrações da cidade. Existe ainda uma escadaria que sobe até a área do farol e onde há uma área de parque e mirante.

Porto da cidade de Stykkishólmur


Paredão amarelo do morro de Súgandisey


A baía de Stykkishólmur é um lugar tranquilo e excelente para ver o sol nascer


Não é seguro ficar embaixo dessa pedras que costumam se soltar com a erosão


Escadaria leva ao topo do morro


Farol de Súgandisey Island


Cidade de Stykkishólmur vista do mirante


Será que o morador dessa casinha é estressado?


MONTANHA KIRKJUFELL

Deixei a cidade de Stykkishólmur para trás e parti para explorar a Península Snæfellsnes. Percorri 40 km (33 min) até o vilarejo de Grundarfjörður, onde está a montanha cônica chamada Kirkjufell, que é um dos símbolos da Islândia. A montanha foi usada como cenário da série Game of Thrones, durante a sexta e a sétima temporada, sendo procurada como a "montanha ponta de flecha". No lado oposto da estrada existe uma pequena cachoeira com estacionamento, chamada Kirkjufellsfoss.

A missão do dia era contornar a Península Snæfellsnes e explorar sua belezas


A Montanha Kirkjufell, com 463 metros de altura, é um dos símbolos da Islândia


Kirkjufell foi um dos locais de filmagem de Game of Thrones


Encontrei a "montanha ponta de flecha"


Em frente à Kirkjufell existe uma bonita cachoeira


O melhor ângulo da cachoeira é o que contrasta com a Kirkjufell, é claro!


PARQUE NACIONAL DE SNAEFELLSJOKULL

Mais 25 km (24 min) desde Grundarfjörður, e passei pelas vilas de Olafsvik, Rif e Hellissandur, antes de entrar no Parque Nacional Snæfellsjökull. O acesso é livre, existe apenas uma placa de boas vindas. O parque, criado em 2001, é o único parque nacional islandês que se estende até o mar. A sua geologia é diversificada, com formações que datam de tempos geológicos “modernos” até a última era glacial, sendo essas formas e cores das rochas as atrações do lugar, cujas principais se encontram sinalizadas por placas ao longo da estrada do parque.

Passagem pela vila de Olafsvik antes de chegar ao parque


Um barco "estacionado" na estrada lembra que aquelas vilas vivem da pesca


O Parque Nacional Snæfellsjökull foi criado em 28 de junho de 2001


Ali estão formações de quase todas as eras do passado da Islândia


PRAIA DO SKARDSVÍK

Meu primeiro ponto de parada dentro do parque foi Skarðsvík, uma praia surgida no caos vulcânico, com rochas de lava preta e uma exótica areia de cores "laranja-amarelo-preto". Pela violência das ondas, não é um lugar recomendado para se banhar (tem até uma boia salva-vidas pendurada no local), sendo um lugar apenas para admirar as formações rochosas perto do mar azul.

Praia entre as pedras vulcânicas


A cor dos grãos areia são únicos. Mistura de amarelo, laranja e negro


CRATERA SAXHÓLL 

Outra atração popular é a cratera Saxhóll por ser de fácil acesso devido à existência de uma escada com degraus de metal construída para facilitar a subida no alto, principalmente para os mais sedentários e idosos. A cratera surgiu de uma erupção ocorrida de 3 a 4 mil anos atrás e tem aproximadamente 109 metros de altura, permite uma excelente vista dos extensos campos de lava.

Vista do topo da cratera com o vulcão Snæfellsjökull ao fundo


De cima a vista dos campos de lava é privilegiada


HÓLAHÓLAR BERUDALUR

A Hólahólar Berudalur é outra cratera interessante que, diferente das demais, é possível entrar de carro por ter uma estrada aberta até lá. É bem cômodo e rápido conhecê-la sem nem precisar descer do carro.

Entrada da cratera de Hólahólar Berudalur


Explorando o interior da cratera sem nem sair do carro


CAVERNA VATNSHELLIR

O escritor francês Júlio Verne tornou Snæfellsjökull famoso por ter citado como ponto de entrada ao interior da Terra no livro “Viagem ao Centro da Terra”. Vatnshellir seria o local exato dessa entrada. A caverna de lava de 8.000 anos de idade se estende por 200 metros e desce 35 metros abaixo da superfície. Seu acesso é controlado por uma agência que cobra 3750 ISK pelo tour guiado de 45 min. As saídas de tour acontecem entre 11h e 15h. Achei muito caro para visitar uma simples caverna e resolvi conhecê-la apenas por fora.

A caverna fica no sentido ao sul da península


Entrada da caverna Vatnshellir


Achei uma caverna melhor sendo 0800 para descansar um pouco


ENCOSTAS DE LONDRANGAR

Este é um lugar mágico pela beleza de sua paisagem e pelas lendas. Londrangar e a colina Svalthufa são os restos de uma cratera, que foi erodida pelo mar até a sua forma atual. Nas falésias existem vários ninhos de gaivotas e papagaios-do-mar. É um lugar místico e existe uma lenda pela qual os fazendeiros da região não fazem feno naquele morro, porque dizem que pertence aos elfos. Existe um estacionamento no penhasco chamado Thufubjarg onde, segundo outra lenda popular, o poeta islandês Kolbeinn Joklaskald teve um encontro com o Diabo.

Lóndrangar é um tampão vulcânico


As pedras erodidas atraem vários pássaros


Gaivotas usam as falésias para fazerem seus ninhos seguros


Vista de cima do mirante do penhasco Thufubjarg 


Placa de despedida na saída do Parque Nacional Snæfellsjökull


CRATERA ELDBORG

Me despedi do parque em direção a mais uma cratera, chamada Eldborg, que fica ainda na Península Snæfellsnes. Foram 88 km até o início da trilha para a cratera, mas descobri que requer uma caminhada de 2 h e 30 min para visitar. Como era apenas mais uma cratera e eu não tinha tempo sobrando, apenas observei de longe.

A cratera Eldborg ao fundo e os cavalos islandeses na beira da estrada


Parei apenas para brincar com os cavalos islandeses que estavam soltos na beira da estrada. O cavalo islandês é um animal típico do país. Surgiram através de pôneis levados para a Islândia por colonos nórdicos nos séculos IX e X.

Os cavalos islandeses são bem dóceis


Para finalizar o dia, segui até a região próxima da cachoeira Barnafoss, que seria meu primeiro destino no seguinte, e procurei um lugar isolado para estacionar o carro e passar mais um pernoite. Parei numa estrada de cavalos, beirando a estrada principal e passei a noite lá. Veja o local no Google Maps.


VEJA O VÍDEO

Assista as imagens dessa aventura no YouTube e aproveite para se inscrever no canal e deixar seu like 👍!



MEU ROTEIRO


Roteiro completo: MISSÃO ISLÂNDIA



Siga a Mochila e o Mundo:





Comentários

Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.