Islândia (dia 4): Diamond Beach, a praia surreal de gelo e areia preta

A incrível praia com pedras de gelo gigantes que parecem preciosos diamantes


Acordei naquela manhã após dormir dentro do carro estacionado na beira do Lago Jökulsárlón disposto a fazer um boat trip em suas águas em que é possível observar de perto os icebergs. Existem alguns trailers de agências perto do lago, mas todos permaneceram fechados até às 9h00, então tive que perguntar numa lojinha sobre isso e descobri que os tours de barco pelo lago só estariam disponíveis a partir de maio. A atendente da loja ainda me passou a dica de um boat trip em Fjallsárlón como alternativa, mas não era a mesma coisa, então preferi permanecer ali explorar as margens do lago. 

Vários icebergs podem ser admirados de perto na beira do Lago Jökulsárlón 


DIAMOND BEACH

Esse com certeza é um dos lugares mais exóticos e únicos que eu já vi no mundo. É uma praia de areia preta banhada pelo Oceano Atlântico que recebe fragmentos de gelo dos icebergs que se desprendem do Glaciar Vatnajökull e flutuam pelo Lago Jökulsárlón até serem lançados ao mar. As ondas do mar quebram os icebergs e empurram seus pedaços na praia, como se fossem grandes pedras de diamantes espalhadas na areia. 

Fragmentos de icebergs são espalhados pelo litoral da Diamond Beach


O contraste do gelo com a areia preta cria um cenário surreal


Nos dias com sol o efeito da luz deixa as pedras de gelo mais bonitas


Algumas pedras de gelo são tão transparentes que lembram diamantes


O Lago Jökulsárlón surgiu por volta de 1935 e foi se expandindo devido ao derretimento das geleiras. Hoje em dia é o lago mais profundo da Islândia, com cerca de 248 metros de profundidade. Até os anos 50, o lago se conectava com o oceano por um rio de 1,5 km de extensão, mas agora o lago está bem próximo. 

Gelo de todas as formas e de cores brancas, azuis e transparentes são encontrados lá


Ah, se isso fosse um diamante de verdade...


Encontrei uma pedra-nariz


O gelo espalhado no litoral possui várias formas e cores, como uma galeria de arte. Eu também resolvi produzir a minha "arte". Tentei esculpir um crânio no gelo para ter a minha própria caveira de cristal... mas quando eu publiquei o resultado no stories do Instagram, algumas pessoas responderam que parecia o Wilson do Forrest Gump 😒😒😒

Usando o talento para fazer uma escultura de gelo


Fala sério, parece uma caveira de cristal ou o Wilson do Forrest Gump?


Obra de arte concluída!


HOFN

Depois de explorar a Diamond Beach, peguei 80 km (1h) desde Jökulsárlón até a cidade de Höfn, com 2.200 habitantes, sendo uma das maiores do litoral sul. No caminho, parei para ver de perto o cavalo islandês, um animal típico do país. Höfn foi uma parada estratégica para abastecer o carro e fazer algumas compras no mercado. Dei uma caminhada em seu litoral e descobri que existe uma trilha que simula o sistema solar, com placas informativas sobre os planetas, sendo uma maneira legal de fazer crianças e adultos aprenderem sobre astronomia.

O cavalo islandês descende dos pôneis


Baía de Höfn


Placas informativas ao longo de uma trilha explicam sobre o Sistema Solar


DJÚPIVOGUR

Segui mais 104 km (1h30min) desde Höfn em direção aos fiordes do sudeste do país. Djúpivogur é uma pequena cidade portuária que surgiu do comércio colonial dinamarquês. É a primeira e única cidade "cittaslow" na Islândia. A Cittaslow é uma tendência cultural que inclui melhorar a qualidade de vida nas cidades, diminuindo o ritmo geral, especialmente no uso de espaços pela cidade e no fluxo de vida e trânsito através deles. Uma das vistas interessantes da cidade é de uma misteriosa montanha em forma de pirâmide.

Na estrada já é possível ver a montanha em formato de pirâmide 


Porto da cidade de Djúpivogur


Casinhas de madeira no estilo islandês antigo


Parada rápida para conhecer essa pequena cidade


E a montanha-pirâmide se escondeu das câmeras


BREIDDALSVÍK

Percorri mais 64 km (53 min) desde Djúpivogur, contornando o fiorde, até chegar em Breiðdalsvík, um vilarejo com apenas 139 habitantes. Durante o percurso na estrada, um pato saiu voando para a frente do carro e foi atropelado. Quando eu cheguei em Breiðdalsvík, saí do carro para tirar umas fotos e voltei, me surpreendi com aquele pato cravado na tela do para-choque do carro. Ao tentar tirá-lo, o pato saiu correndo! Ele havia sobrevivido e fugiu, provavelmente com uma asa quebrada, para baixo de uma caixas do porto. Será que ele ainda se manteve vivo?

Paisagem na estrada que contorna o fiorde Berufjörður


Durante o percurso um pato se jogou na frente do carro


Vista a partir do pequeno vilarejo de Breiðdalsvík


O pato ficou preso no para-choque do carro!


DIVERSÃO NA NEVE

Para finalizar o dia, segui por mais 83 km (1h) até Egilsstaðir, a capital da região leste da Islândia, chamada Austurland. No caminho, havia uma região alta entre montanhas onde o clima estava bem diferente, tinha neve e muita neblina. Parei no caminho para fazer algo pela primeira vez na vida: um boneco de neve! 

Ao sair do litoral para a parte alta, o clima mudou completamente


Primeira vez na vida que fiz um boneco de neve ...


... e a segunda obra de arte do dia!


Casinha na beira da estrada em local tomado pela neve


O pernoite deste dia ocorreu dentro do carro estacionado na entrada da trilha para a cachoeira Hengifoss. O estacionamento fica em frente ao lago Lagarfljót, o local da suposta morada do monstro do Lago Ness islandês!


VEJA O VÍDEO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.