Aconcágua: Retorno do trekking de 7 dias

O sexto e o sétimo dia do trekking para retornar do campo base e finalizar a aventura


Depois de passar 5 dias fazendo o trekking e conquistar o campo base do Aconcágua na Plaza de Mulas, chegou a hora de me preparar para o retorno. Para coroar a última noite na Plaza de Mulas, fez um frio próximo dos - 20⁰C na madrugada. Como eu aluguei um saco de dormir de temperatura extrema de - 40⁰C, passei ileso! Me surpreendi quando acordei de manhã e o meu saco de dormir tinha formado placas de gelo mesmo dentro da barraca, mas eu não senti nada dentro dele. Se há uma coisa essencial é ter um saco de dormir capaz de proteger desse tipo de temperatura. Valeu a pena ter alugado!

Plaza de Mulas (4.300 m), na base do Cerro Aconcágua


Meus óculos também congelaram dentro da barraca


Outro detalhe eu tive que me preocupar foi com o lixo. Quando entrei no Parque, recebi uma sacola branca numerada que eu teria que devolver no final com o lixo para a administração. Era a prova de que o lixo foi recolhido, sob pena de multa se não levasse a sacola de volta. Mas quando eu tive que contratar uma empresa para montar a barraca e usar o banheiro, passou a ser responsabilidade deles devolverem a sacola em troca de uma assinatura no "permiso". Esse procedimento me deixou receoso se realmente estava correto, mas perguntei a dois guardaparques e eles me confirmaram.

Partida da Plaza de Mulas após fazer check out com o guardaparque


RETORNO A CONFLUÊNCIA

O sexto dia de trekking foi o início do retorno pelos caminhos que eu já havia passado, com a diferença que agora era para baixo! A Costa Brava que subi em condições de cansaço extremo, agora era melhor admirada na descida. Comecei a caminhada às 10h30 na Plaza de Mulas e às 13h30 eu já estava chegando na Piedra Ibanez, descendo em 3 horas um percurso que anteriormente tinha completado em 5 horas de subida.

O paisagem foi melhor aproveitada durante o retorno


Descida da Costa Brava enquanto as mulas chegavam pela manhã


Antigo abrigo em ruínas na parte baixa da Plaza de Mulas


Parada para descanso na Piedra Ibanez


Foi interessante observar que alguns cursos de água congelaram na madrugada anterior, reduzindo o volume de água que escoava. A caminhada entre a Piedra Ibanez e o acampamento de Confluência durou cerca de 5 horas. Por volta das 19h00, ainda com sol (o pôr se dava às 21h), cheguei em Confluência para montar a barraca e passar minha última noite no Parque Provincial Aconcagua.

Flores que nascem na altitude árida da Playa Ancha


Com alguns filetes de água transparente que desaguam nos rios de água barrenta...


...foi possível hidratar melhor no percurso de descida


O tempo de retorno de Plaza de Mulas a Confluencia foi de 8 horas e 30 min tranquilamente


ULTIMO DIA DE TREKKING

No sétimo dia de trekking, acordei às 6h da manhã para começar os preparativos de desmobilização e retorno à portaria do Parque. Por volta das 7h30 iniciei a caminhada descendo a partir de Confluência. Passei por todo o percurso que eu já havia percorrido no primeiro dia até chegar no Circuito Laguna Horcones quando segui pelas trilhas da direita do circuito, até chegar na lagoa que dá o seu nome.

No passado, havia um abrigo de montanha próximo a essa lagoa, pertencente ao hotel de Puente del Inca


Visão geral da Laguna Horcones


No final do circuito da Laguna há uma pedra com fósseis de amonites, crustáceos pré históricos em formato de caracol. A pedra é marcada com várias impressões desse animal marinho, mostrando mais uma vez que aquelas montanhas já foram o leito de um mar que subiu com o choque das placas tectônicas.

Placa informativa sobre a pedra que contém os fósseis


Pedra que contém os fósseis de amonite


Consegue observar as marcas dos caracóis pré históricos?


Amonite 1


Amonite 2


Para finalizar o trekking, passei no Centro de Visitantes para fazer o check out do Parque. Checaram o permiso e as assinaturas (inclusive do lixo), concluindo então a missão por ali.


MAPA DO PARQUE DO ACONCÁGUA



RETORNO A MENDOZA

Caminhei 3 km até o povoado de Puente del Inca para aguardar o ônibus da Empresa Buttini que sai de Cuevas em direção a Mendoza. Não há rodoviária em Puente del Inca, tem que se fazer sinal para o onibus na estrada em frente ao povoado. A passagem custou 130 pesos e o ônibus sai diariamente nos seguinte horários:

11:40 a.m.(Horcones) / 4:35 p.m.(Horcones) / 8 p.m.(Puente de Inca)

São 4 horas de viagem e às 15h40 eu já estava de volta a Mendoza para concluir aquela aventura de final de ano.


MEU ROTEIRO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.