Peças do passado de uma ilha que sediou o nascimento dos deuses Apolo e Artemis
Ao se visitar Delos, a ilha vizinha à famosa e badalada Mykonos, no mar Egeu, o museu com peças encontradas no sítio arqueológico está incluso no valor do ticket. ele foi construído em 1904, inicialmente com cinco salas, e ampliado em 1931 e 1972, tendo agora nove salas. O museu, porém, permanece parado no tempo, com bastante infiltração e merecendo cuidados em sua estrutura. Mas, por guardar peças do lendário sítio de Delos, ainda desperta muito o interesse.
REVIVENDO OS TEMPOS ANTIGOS
Para se visitar esse museu, é preciso primeiro explorar a história e as ruínas de Delos, a ilha que a mitologia atribui ao nascimento do deus Apolo e da deusa Artemis, e é venerada como lugar sagrada desde os primórdios de sua história. Os detalhes históricos, assim como as dicas para chegar na ilha, estão no post Delos, a ilha perdida do deus Apolo. O museu segue os horários de funcionamento do sítio arqueológico de Delos é permitido fotografar as peças.
A mão da incrível estátua conhecida como Colosso de Naxos, da qual só restou pedaços
LEÕES E ESFINGES
Os leões de mármore dedicados ao deus Apolo pelo povo da ilha de Naxos ficavam originalmente enfileirados de frente para o leste, num lugar chamado Terraço dos Leões, em direção ao Lago Sagrado da cidade de Delos. Existiam no mínimo 9 leões (talvez até 16), mas apenas 5 e os restos de mais 3 podem ser vistos ainda hoje expostos no museu. O corpo decapitado de um outro leão, removido no século 17, decora o Arsenal em Veneza.
Oito leões (sendo 3 em pedaços) estão expostos no museu
O museu também possui uma esfinge grega. Apesar de mais rara na Grécia do que no Egito, a disposição dos leões de mármore lembram a avenida das esfinges de Luxor, no Egito. Este ser mitológico também faz parte das tradições gregas através do mito da esfinge a qual os deuses Hera e Ares enviaram para Tebas, na Grécia, onde questionava os viajantes com seu célebre enigma: “Que criatura anda com quatro pernas pela manhã, duas pernas à tarde e três pernas ao anoitecer”, e aqueles que eram incapazes de responder ao enigma, eram devorados pela criatura. O que você responderia?
Uma esfinge grega
HERMES DE PRÍAPO
Hermes de Príapo é caracterizado pela permanente ereção de seu pênis, o que deu origem ao termo médico priapismo. A estátua exposta no museu foi encontrada nas proximidades do teatro grego de Delos e é datada do final do século 2 a.C.
Considerado o deus da fertilidade, vegetais, natureza, gado, frutas, apicultura e jardins
O pênis da estátua foi decepado de alguma forma
AS ESTÁTUAS DO MUSEU
Seis salas contém estátuas e relevos encontrados em Delos, e duas salas contêm cerâmica que vão desde a pré-história ao período helenístico tardio.
Estátuas sendo ainda montadas no museu
Curiosa figura feminina com tamancos enormes
Suposto deus Pan com uma cara bem sinistra
Estátua da deusa Artemis caçando um veado, encontrada nas proximidades do teatro grego de Delos
Estátua de uma figura de Delos
A BELEZA DOS MOSAICOS
Na minha opinião, a nona e última sala a se visitar é a mais interessante e incomum de todas: a exposição dos desenhos e mosaicos encontrados no sítio de Delos.
Um disco com detalhes artísticos parcialmente restaurado
Mosaico original do deus Dionísio montado numa pantera, encontrado nas ruínas de uma mansão de Delos
CURIOSIDADES
Algumas coisas são curiosas e chamam a atenção em meio à arte de Delos. A mais evidente é o grande uso da arte grega da suástica nos mosaicos. Este símbolo foi utilizado por diversas culturas espalhadas pelo mundo, tendo sua antiguidade anterior ao nascimento de Cristo. Era um sinal ancestral de evolução e sorte, por isso era tão usado, porém com a sua escolha e uso deturpado pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (partido nazista) acaba sendo associado atualmente com o mal.
Mosaicos que datam de 6 a 2 a.C.
A suástica é comum nas antigas civilizações como símbolo positivo
Diversos mosaicos mostram o uso frequente daquele símbolo
Outro item curioso, porém pouco percebido, é uma escultura do rosto de Pan na metade de um disco circular. A figura me lembrou a famosa Pedra do Sol, considerada o calendário asteca, que está exposta no Museu Nacional de Antropologia do México. No centro da Pedra está a representação de Tonatiuh, o deus do sol asteca. No caso de Pan, este deus representava toda a natureza. Daí a palavra "pânico" que significava, em princípio, o medo massivo que sofriam as manadas e rebanhos diante dos trovões e relâmpagos .
Semicírculo com a figura de Pan esculpida
A famosa Pedra do Sol asteca exposta na Cidade do México
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