A maior, mais cara e agitada cidade da Chapada Diamantina
Lençóis é a cidade da região da Chapada Diamantina que possui a melhor estrutura para absorver a demanda turística, logo, também é a cidade mais cara em todos os aspectos. Turistas do mundo todo usam Lençóis como base para tours pelos quatro cantos do Parque Nacional. Em 2010, pela quarta vez, Lençóis foi classificada entre os 10 melhores destinos turísticos do Brasil, pelo Guia 4 Rodas.
Fiquei no camping Canto das Artes (mapa), bem perto do centro histórico e da rodoviária conforme expliquei no post anterior.
Clique para ampliar o mapa
A AGITAÇÃO NOTURNA
Cheguei no final da tarde na cidade e me hospedei. Mais tarde fui caminhar para conhecer a cidade e me surpreendi com a agitação do lugar, algo totalmente diferente do que eu havia passado por toda a semana que explorei a Chapada Diamantina.
A praça central lembra o pelourinho
Igreja matriz com sua iluminação noturna
Dezenas de bares e restaurantes estão espalhados pelas ruas históricas da cidade oferecendo culinária variada, música ao vivo e até mesmo um grupo tipo Olodum passava animando o público internacional. Essa característica de Lençóis quebra a atmosfera hippie de outras cidades da Chapada mas cria uma personalidade própria do lugar.
Os barzinhos e restaurantes tomam conta das ruas históricas da cidade
Olodum de Lençóis
Ainda cheguei a encontrar um dos guias que conheci na Igrejinha do Pati do Alto em meio ao tumulto da cidade. Apesar da extensão do Parque da Chapada Diamantina, no final, tudo converge para Lençóis que é praticamente sua capital.
No final de ano e datas festivas, a cidade fica lotada de turistas do mundo todo
Diz a lenda que em meados de 1844 um homem chamado Casusa Prado acompanhado do seu escravo vieram de Mucugê em busca de diamantes. O escravo extraiu algumas pedras e seu senhor o enviou para vendê-las em Chapada Velha. Ali, o escravo foi preso sob a alegação de ser um ladrão de estrada. Depois disso, teria sido torturado e falado o local em que achou os diamantes.
Rio Lençóis e o centro histórico
A cidade de Lençóis está a 394 metros de altitude
Teria ocorrido uma corrida do diamante rumo ao local depois que a notícia se propagou. Quem se aproximava por cima da serra tinha a visão dos tetos das barracas dos garimpeiros estendidas lá em baixo, como se fosse uma cidade de lençóis.
Uma das cidades mais conservadas do interior baiano
Os mais antigos tem muita história do passado da Chapada Diamantina
Outra versão para o nome da cidade de Lençóis seria originada dos lajedos por onde o rio passa espumando. Alguns dizem que se parece um lençol bordado ou rendado. Essa comparação vinha das pessoas que se aproximavam por cima da serra do Sincorá.
Acho que ninguém planejou que haveria carros quando construíram essa rua
A cidade surgiu em meados do século 19
Nos tempos mais recentes, a cidade divide espaço com pessoas modernas e hippies, porém, a transformação ocasionada pelos turistas tem feito os hippies escolherem o Vale do Capão como o novo destino principal da Chapada, enquanto que Lençóis se tornou a mais concentradora de turistas. A proximidade de um aeroporto ajudou essa transformação.
Igreja matriz pela manhã
Cruz em frente à igreja da cidade
A feirinha hippie funciona dia e noite
DICAS E CURIOSIDADES
Na manhã do dia seguinte, eu teria meio dia para explorar a cidade antes de embarcar na viagem de volta, mas primeira a missão seria achar um lugar para economizar no café da manhã. Uma dica é a Rua das Pedras (veja o mapa) onde tem vários mercadinhos e barzinhos populares que servem PF. Na cidade existe ainda uma agência do Banco do Brasil para quem precisa sacar dinheiro.
Banco do Brasil na praça central
O centro da parte histórica concentra os bares, restaurantes e agências de turismo mais caras e melhores qualificadas para prestar serviço para grupos internacionais. Um tour de 1 dia pelos poços e Morro do Pai Inácio custa R$ 160 (dezembro 2014) numa boa agência. Alugar carro também fica caro por lá. Existe um posto de gasolina na entrada da cidade.
Logotipo de uma agência parodiando o filme Parque dos Dinossauros
Vasos de plantas improvisados em botas velhas de trekking em outra agência
Lençóis ainda possui uma loja bem completa de material de trekking e camping, bem na esquina de sua praça central. A loja Dois Irmãos, é claro, não possui preços muito agradáveis mas serve para salvar os aventureiros menos avisados que necessitam de mochilas, botas e diversos outros equipamentos.
Loja de material de trekking em edifício histórico
Nativos lavam e secam suas roupas nas margens do Rio Lençóis
O RETORNO
Minha passagem de retorno estava prevista para as 13h15. Cheguei cedo para almoçar antes da partida num restaurante popular perto da rodoviária que só tocava o repertório de Zé Ramalho, era o Restaurante Genipapo. Ele serve PF a R$ 15 e as opções são feijoada, carne de sol e galinha caipira, que foi meu preto escolhido. É tudo bem simples mas a comida uma delícia.
Pratão de Galinha Caipira
Já se aproximando a hora do embarque, a rodoviária foi lotando de gente já mostrando que não está suportando a demanda de turistas. Ao encostar o ônibus no horário previsto começou a confusão, todos querendo embarcar. Foi aí que eu descobri que por causa da quantidade de passageiros a empresa colocou mais dois carros extras que ainda estavam vindo. Como eu comprei a passagem com antecedência, embarquei no primeiro ônibus e parti para encarar quase 7 horas para chegar em Salvador. Era minha despedida da Chapada Diamantina.
Um trailer manobrando em frente à rodoviária: parece coisa de filme
Caos causado pelo excesso de turistas retornando do feriado de natal para Salvador
Cheguei em Salvador as 20h00 e teria que seguir para o aeroporto sem gastar com táxi. O segredo era pegar um ônibus de apenas R$ 2,80 para chegar lá e isso podia ser feito no Terminal Iguatemi. Para acessar o terminal, deve-se sair pela porta principal da rodoviária e seguir para a esquerda, atravessar a faixa para o outro lado e subir a passarela lotada de camelôs. Essa passarela liga ao Shopping Iguatemi, mas no meio existe uma escada de descida para as plataformas de ônibus. Os ônibus que seguem para o aeroporto estão no lado esquerdo. Pode-se embarcar nas linhas São Joaquim ou Tinga (via aeroporto). As plataformas são um caos total pois não existe ponto fixo para o ônibus parar, tem que ficar atento onde estão parando em meio à confusão.
Enfim consegui pegar a linha Tinga e cheguei no aeroporto. Para fechar a missão bem cumprida eu ainda consegui antecipar o vôo para o Rio de Janeiro.
MEU ROTEIRO
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