Lisboa: Visitando a cidade durante uma conexão de vôo


A conexão no caminho para a Itália


É um exagero dizer que Lisboa pode ser explorada durante um intervalo de conexão aérea, logicamente tem muito mais atrações, porém se você vai esperar mais de 4 horas de conexão, espere no Centro histórico da cidade. A proximidade do aeroporto e a facilidade de transporte ajudam.


EXPLORANDO LISBOA DE UM JEITO RÁPIDO E FÁCIL

Eram quase 10h da manhã e, como eu estava a caminho da Itália em conexão saindo às 14h55, resolvi me aventurar na capital lusitana. O Aeroporto de Lisboa é bem próximo do Centro Histórico da cidade e existem várias opções de transporte:
1) METRÔ – A maneira correta de pronuncia é como nossa unidade de medida, ou seja, métro (É dessa forma em Portugal ou qualquer país de idioma espanhol ou italiano). O bilhete pode ser comprado nas máquinas de autoatendimento e custam 1,40 euros (valor unitário) + 0,50 (cartão de recarga). Também existe a opção de comprar o bilhete carregado para 24h ilimitado, por 6 euros.
2) AEROBUS – É um ônibus especial que liga o aeroporto ao Cais do Sodré, com 11 paradas no percurso, ligando aos principais locais de hospedagem e pontos turísticos do Centro de Lisboa, podendo embarcar com bagagens sem problemas. O ônibus parte a cada 20 minutos e pode ser pego na parada de ônibus em frente ao saguão de desembarque do aeroporto. Funciona de 07h às 23h (saindo do aeroporto) ou 07h45 às 22h30 (saindo do Cais do Sodré). Os bilhetes são vendidos por um funcionário na própria parada por 3,50 (ida e volta) que ainda pode lhe fornecer mapas de Lisboa com os pontos de parada do ônibus. Ideal para quem tem pouco tempo para fazer um tour na cidade. Ainda existe uma linha alternativa do Aerobus para o centro financeiro.
3) ÔNIBUS COMUM – São ônibus coletivos comuns, mais demorados para percorrer Lisboa. Os de número 744 e 783 param na rotatória da Estátua de Marquês de Pombal. A bagagem máxima permitida nesses ônibus é de 50x40x20. Assim como o metrô, custam 1,40 euros (bilhete unitário) + 0,50 (cartão de recarga), e também se pode comprar um bilhete 24h por 6 euros. Se comprar o bilhete unitário direto com o motorista, custa 1,80.
4) CITY SIGHTSEEING – São ônibus turísticos para quem tem mais tempo para percorrer Lisboa. Pode-se comprar o bilhete (48h) no guichê de Informações Turísticas do aeroporto ou na Praça do Comércio no Centro. Custa 16,50 euros para adultos e 8 euros para crianças. São bem completos para um tour em toda a cidade, da maneira do turista tradicional.
5) YELLOW BUS - Outra opção de ônibus turístico para quem tem mais tempo em Lisboa e gosta de turismo tradicional. São várias combinações de tour e preços. Confira no link. 

Comprei um ticket para o Aerobus no ponto de ônibus em frente a saída do aeroporto


 Nas ruas, os pontos do Aerobus estão identificados com placas
 


O CENTRO HISTÓRICO DE MUITA HISTÓRIA 
Peguei um Aerobus e desci em seu último ponto, no cais do Sodré. De lá segui caminhando pelo litoral em direção à Praça do Comércio. É impossível andar pelo centro de Lisboa e não imaginar a ligação histórica com o passado do Brasil.

 Já no ônibus é possível conhecer belas construções portuguesas

O passeio entre o Cais do Sodré e a praça estava sendo recuperado na área de Ribeira das Naus. Mesmo em obra e com o dia frio e fechado, a visão ainda é bela.

Área do Cais e, ao fundo, a Ponte 25 de abril sobre o Rio Tejo

 A natureza presente no Cais do Sodré


 Dia frio e bom de caminhar

A Praça do Comércio, também chamada de Terreiro do Paço, é um dos lugares mais bonitos para fotos, tendo tanto o Rio Tejo como o Arco Triunfal da Rua Augusta. É uma das maiores praças da Europa e a principal de Lisboa. No centro da praça está a Estátua de Don José I. A história da praça começou em 1511 com a transferência da residência de D. Manuel I para este local próximo ao Rio Tejo, criando uma biblioteca com cerca de 70.000 volumes. Em 1755, um devastador terremoto destruiu Lisboa, incluindo a grande biblioteca, fazendo se perder grande parte dos documentos e das cartas históricas, incluindo algumas sobre o descobrimento do Brasil. Após isso, a praça foi reconstruída de acordo com os planos de Marquês de Pombal.

Praça do Comércio


Estátua de Don José I


 Arco Triunfal

Entrando pelo Arco está a Rua Augusta que é fechada para carro e se torna um agradável passeio entre lojas pequenas e de marca, restaurantes e lanchonetes. Destaque para a Casa Brasileira que dá água na boca só de olhar a vitrine de salgados e doces.

 No arco ainda existe um relógio voltado para a rua


Restaurantes exploram o clima turístico da Rua Augusta


Arquitetura típica portuguesa


Elevador de Santa Justa para a parte alta da cidade


 Comi um autêntico "joelho" de Portugal nesse lugar

Em Lisboa quase todo o calçamento é feito de pedras portuguesas, as mesmas que vemos no Brasil, principalmente na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mas para quem acha que o desenho de ondas feitas pelo contraste das pedras brancas e pretas são exclusividade do calçadão de Copacabana, e representam as ondas do mar carioca, ou em outra versão em frente ao Teatro Amazonas em Manaus, representando o encontro das águas do Rio Negro com o Solimões, afirmo que estão todos equivocados. O desenho original se encontra na Praça do Rossio, ao final da Rua Augusta. 

 O piso da Praça do Rossio é o padrão utilizado nos calçadões brasileiros


 No Rossio que é, sem dúvida, a avó do calçadão carioca, eu tive um encontro bem inusitado. Um senhor bem vestido, de terno e gravata, se aproximou de mim e me fez a seguinte oferta: - Queres comprar marijuana ou haxixe? - me mostrando de forma escondida a “mercadoria”. Não aceitei a oferta do elegante senhor que partiu para vender em outras vizinhanças.
 
 Este distinto cidadão vende drogas na praça

Na praça também está o Teatro Nacional D. Maria II e, do outro lado da rua, a Estação de trem de Rossio. Subindo em direção ao aeroporto está a Praça dos Restauradores onde fica localizado o Hard Rock Café Lisboa. Esta praça faz homenagem aos participantes da Guerra da Restauração que deu independência a Portugal da Espanha, em 1640, que se via numa monarquia dualista da dinastia filipina.

 Teatro Nacional D. Maria II ao fundo da praça


Entrada da Estação de Trem


Praça dos Restauradores


 Hard Rock Cafe Lisboa


Continuei subindo a larga Avenida da Liberdade caminhando pelos seus calçadões até chegar no Monumento ao Marquês de Pombal, em frente ao Parque Eduardo VII

Vários bondinhos fazem o caminho para as partes mais altas de Lisboa



No calçadão da Avenida da Liberdade existem vários monumentos



 

Arte em pedras portuguesas



 O Monumento ao Marquês de Pombal fica numa rotatória em forma de praça que é um importante cruzamento da cidade (inclusive por baixo do solo onde existe um grande complexo viário subterrâneo). No chão da praça um desenho gigantesco das caravelas portuguesas. Em cima do monumento está o Marquês, antigo governante, com as mãos sobre um leão simbolizando o poder.


Monumento ao Marquês de Pombal


Desenho de caravela antiga em frente ao monumento


Agência do BB em frente ao monumento


 A influência brasileira presente


Na base as estátuas representam as reformas políticas, educacionais e agrícolas que executou. As figuras de pé representam a Universidade de Coimbra, onde inaugurou uma Faculdade de Ciências. Em baixo, as pedras partidas e as ondas representam a destruição causada pelo terremoto de 1755.

O monumento cheio de simbologia para a homenagem deste personagem


No tempo que os governantes eram respeitados


 Vários ônibus turísticos na área no Monumento (City Sightseeing)

Resumo do dia: caminhei do Porto de Sodré até a Praça Marquês de Pombal e pude conhecer boa parte histórica de Lisboa. Depois de tudo procurei a parada do Aerobus mais próxima do Monumento e voltei ao aeroporto para continuar minha aventura em outras terras, como um bom descendente dos navegantes portugueses. 

GASTO (abril 2014) 
Aerobus (ida e volta) – 3,50 euros 

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Comentários

  1. Quanto tempo durou esse seu passeio? por qual companhia aérea estava viajando? estou pensando em me aventurar tb! hahaha

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.