Everest Base Camp (dia 6): Trekking de Periche até Lobuche

Sexto dia do tradicional trekking rumo ao Everest Base Camp


Acordei vendo a janela com cristais de gelo e com a garrafa de água congelada do meu lado. Apesar do frio no vilarejo de Periche, a paisagem lá fora estava ensolarada. Depois de comer uma panqueca de maçã de café da manhã, fechei a conta no lodge e parti às 8h30 para meu próximo destino, a vila de Lobuche, com uma previsão de 12,7 km de caminhada.

Apesar da temperatura baixa, o dia estava ensolarado


PARTIDA DE PERICHE

A trilha começa rumo ao norte, subindo pela margem do Rio Tsola, passando por áreas alagadas em que é preciso pisar por sobre pedras. Aquela área também é usada como pasto para os yaks, os bois dos Himalaias. A trilha passa por ruínas de antigas casas de pedras e sobe até fazer a curva à direita. Depois de uma subida não tão íngreme, a trilha se une com a outra trilha que desce o morro vinda de Dingboche. Criam uma bifurcação que converge em direção à aldeia de Thukla.

Pasto de yaks nos arredores do vilarejo de Periche


A trilha de Periche encontra a trilha de Dingboche e convergem em direção a Thukla


THUKLA

De Periche (4.266 m) a Thukla (4.620 m) são 4 km de caminhada. Quando as trilhas de Periche e Dingboche se encontram é possível observar de longe a pequena aldeia. A trilha cruza uma área de pedregulhos brancos e atravessa uma ponte sobre a água que desce da montanha. Cheguei por volta das 11h20 em Thukla que possui alguns lodges com restaurantes. Muitos trilheiros fazem uma parada para descanso e almoço. Eu comi apenas uma barra de proteína e continuei.

De longe é possível avistar a aldeia de Thukla


Passagem por entre pedras e a água que desce a montanha


Aldeia de Thukla localizada a 4.620 m


Muitos carregadores também fazem uma parada para comer


Logo que se inicia a caminhada a partir de Thukla já é possível ver o tamanho da subida que vem pela frente. Uma das maiores e mais longas de todo o trekking. É uma "escadaria" de pedras que é bem cansativa considerando a altitude que se encontra. A dica é ir devagar e fazendo paradas curtas para respirar.

Subidão depois da passagem por Thukla


Se carregar uma mochila cargueira é ruim, imagina esse sherpa levando duas botijas de gás


MEMORIAL DOS SHERPAS

A subida durou 1h e 30 min e, depois de superada, a chegada no topo acontece em uma área sagrada. É ali que estão enterrados os restos mortais dos sherpas que morreram tentando escalar o Monte Everest. Várias tumbas em forma de stupa e bandeirinhas de orações estão espalhadas por ali. Cheguei com bastante dor de cabeça pelo efeito da altitude e deitei no chão por um tempo para descansar. Ouvi os guias dando 20 min de descanso para os grupos que acompanhavam.

Memorial do sherpas que morreram tentando escalar o Everest


Este é um ponto de parada para descanso


Esta tumba possui imagens dos falecidos


Depois do descanso, continuei a rota para Lobuche


Observei que havia a placa de um provável cristão falecido


LOBUCHE

Os últimos 4 km foram longos mas praticamente planos. Comecei a sentir enjoo junto com a dor de cabeça. Ao chegar no vilarejo de Lobuche (4.940 m), há uma cabine da Associação de Hotéis da região de Khumbu. É cobrada uma taxa única e pré-paga para a hospedagem no vilarejo, no valor de 700 rupias por quarto. Eles emitem um voucher em duas vias, sendo que uma delas deve ser entregue no lodge de sua escolha. Assim que me hospedei, tomei um comprimido de Motilium para o enjoo e um comprimido de Dipirona para a dor de cabeça. Deitei para dormir um pouco e acordei melhor.

Chegada no vilarejo de Lobuche, o penúltimo antes do Base Camp


A placa marca 5.030m como o ponto mais alto da vila que tem como média 4.940 m


O vilarejo é pequeno, isolado e rústico


Combatente abatido pelo mal da altitude 😩


PERNOITE

Fiquei hospedado no New EBC Guest House que parecia ser um dos lodges mais novos de Lobuche, porém ainda bem rústico. Às 18h00, fui jantar no restaurante do lodge e pedi uma sopa de noodles e pão tibetano com mel. Ainda bebi um chá de menta que ajuda a aliviar mal da altitude, segundo os sherpas.

Meu jantar naquela noite gelada de Lobuche


Fotografei o cardápio para dar uma noção dos preços:










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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.