Romênia: Sinaia e o magnífico Castelo de Peleș

Lugar paradisíaco e um dos castelos mais bonitos da Europa


O que você pensa quando ouve a palavra Transilvânia? A maioria das pessoas responderia vampiro, castelos de terror, morcego, ou seja, algo assustador. Mas Sinaia é a prova de que a Transilvânia também é terra de muita beleza natural e arquitetônica. Tudo começou com o nobre Mihail Cantacuzino que construiu um pequeno monastério naquele lugar e deu o nome de Sinaia, inspirado em sua viagem ao Monte Sinai. Mais tarde, uma aldeia surgiu ali. No final do século 19, o Rei Carlos I da Romênia escolheu Sinaia para residência de verão e construiu o belo Castelo de Peleș, que hoje é a principal atração da cidade.


COMO CHEGAR?

Partindo de Brașov, peguei um ônibus (10 Lei) com destino a Sinaia na rodoviária Autogara 1, do lado da estação de trem. Outra forma de chegar em Sinaia é de trem através da linha que cruza de Bucareste a Brașov. Existem várias opções que levam em torno de 1h de viagem (o ônibus costuma ser mais rápido). Para quem planeja fazer uma parada em Sinaia no caminho de Bucareste ou de Brașov, saiba que a estação ferroviária não tem sala de bagagem, mas alguns hotéis fazem esse serviço por 10 Lei, como o Hotel Caraiman.

Sinaia fica a 48 km de Braşov e 124 km de Bucareste


PRAÇA DOS RESORTS

Ao chegar na cidade, o primeiro ambiente que se tem contato é a tranquila e arborizada praça chamada Dimitrie Ghica Park. Nos arredores estão alguns resorts que foram frequentados pela classe alta da Romênia na década de 1860, quando também haviam bons cassinos e restaurantes que faziam da cidade um refúgio do verão romeno.

Dimitrie Ghica Park


 
Raízes transformadas em arte natural


Chafariz da praça e o Hotel Caraiman


Placas contam o histórico dos hotéis


Centrul Internațional de Conferințe Casino


Cemitério militar de mortos na Primeira Guerra Mundial


MONASTÉRIO DE SINAIA

No caminho do Castelo de Peleș está o monastério de onde a cidade teve origem. Entre 1690 e 1695, Mihail Cantacuzino o fundou após retornar de uma peregrinação ao Monte Sinai, planejando que houvesse 12 monges lá, assim como os Doze Apóstolos, mas com o tempo esse número de monges cresceu.

O monastério tem duas partes: a original (1690 -1695) e a nova (1842 - 1846)


Detalhes da fachada do Monastério de Sinaia


O monastério possui um museu de objetos religiosos com a cópia da primeira Bíblia impressa


O CASTELO DE PELEȘ

Enfim cheguei na principal atração de Sinaia. Em 1860, o primeiro rei da Romênia se apaixonou pelo lugar e decidiu construir ali uma residência de verão: um castelo neo-renascentista com vista para as montanhas e em rota medieval antiga que ligava a Transilvânia e a Valáquia. É considerado um dos castelos mais bonitos da Europa. O complexo é composto por três construções: o Castelo de Peleş, o Castelo de Pelişor e o Foișor Hunting Lodge.

Feira de artesanatos e lembranças no caminho para o castelo (ao fundo)


Sua inauguração foi realizada em 1883


Frente do Castelo de Peleș


Fila gigante para entrar no castelo num dia de verão


A visita no interior do castelo só é feita de maneira guiada, sendo a entrada autorizada por grupos. O tour é limitado ao piso térreo e primeiro andar, mas é possível visitar o segundo andar pagando um ticket especial. O castelo funciona de quarta a domingo, de 9h às 17h, fechando às segundas e terças. Sua entrada me custou 30 Lei, equivalente a R$ 25 (agosto 2017). Existe uma taxa adicional para fotografia. Informações atualizadas no site visit.peles.ro

A torre principal central tem 66 metros de altura


Pátio central do castelo


Estátua no pátio central


Início da visita com um guia conduzindo os visitantes nas áreas autorizadas


Estátuas de mármore decorando o interior do castelo


Logo no início na visita está essa incrível sala feita com detalhes em madeira


No castelo existe uma das maiores coleções europeias de armas de caça e de guerra. Dentre os pertences do rei estão peças usadas em sua vitória contra os turcos otomanos durante a Guerra da Independência. Dentre os tipos de arma estão glaives, alabardas, lanças, lanças de caça, mosquetes, blunderbusses, snaphaunces, flintlocks, pistolas, eixos, bestas, espadas e etc.

Uma rara armadura para cavalos


A coleção de armas e armaduras tem mais de 4.000 peças


Armaduras medievais nos corredores do castelo


Vitrais com cenas de guerra da história romena


Castelo de Peleş abriga uma coleção de pintura de quase 2.000 peças


Pequena sala de reunião


Outro salão completamente decorado com madeira, pinturas e até uma harpa


Luxuosa sala de visitas do castelo


Busto de Júlio Cesar, o imperador romano


O jardim frontal é outra obra de arte do castelo, rendendo boas imagens junto com suas estátuas e com o próprio castelo ao fundo. Além disso, o cenário que inspirou o rei ainda continua lá com as montanhas ao fundo.

Jardim frontal do Castelo de Peleș


Jardinagem em formato de arma


Diversas estátuas se espalham pela área verde


Fachada do castelo vista través do jardim


Chafariz do Castelo de Peleș


O Castelo de Peleş foi nacionalizado depois que o Rei Michael abdicou do trono e deixou o país após um acordo com o governo dominado pelos comunistas. Em 1997, o castelo foi devolvido à Família Real após um longo processo judicial que foi finalizado em 2007. 

Estátua simbolizando lendas mitológicas


PARTIDA PARA BUȘTENI

Depois de explorar todo o castelo, embarquei de trem para cidade de Bușteni, a 8 km de Sinaia (durou menos de 10 min), cuja passagem me custou 11,60 Lei. A próxima meta era conhecer o Parque Natural Bucegi.


CUSTOS (agosto 2017)

- Passagem de ônibus (Brașov x Sinaia) - 10 Lei
- Entrada no Castelo de Peleș - 30 Lei
- Passagem de trem (Sinaia x Bușteni) - 11,60 Lei


VEJA O VÍDEO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.