Peru: O que fazer na cidade de Arequipa

 A cidade mais turística do sul peruano


Dizem que Arequipa tem o título de segunda cidade mais importante do Peru depois de Lima, por ser um importante centro industrial e comercial, e é a segunda mais turística depois de Cusco. Se destaca pelo seu estilo colonial espanhol e a paisagem cercada de vulcões. É a sede do Tribunal Constitucional do Peru e muitas vezes apelidada de "capital legal do Peru". Vou descrever aqui minha passagem por Arequipa, mas siga também @amochilaeomundo no Instagram, Telegram e YouTube que eu vou postando novidades.

Além de uma bela cidade turística, Arequipa se destaca pela importância econômica e política


PLAZA DE ARMAS

A cidade foi fundada em 15 de agosto de 1540, sob o nome de Bela Villa de Nossa Senhora da Assunção, o monarca Carlos V ordenou que se chamasse a "Cidade de Arequipa". Ao redor da praça central está a Catedral de Arequipa ao norte, os Portais de Arequipa a leste, sul e oeste, a Igreja da Compañía de Jesus a sudeste e a Igreja de Nuestra Señora de la Merced a sudoeste. Para chegar da rodoviária da cidade até a Plaza de Armas é fácil: ao sair do terminal, caminhe para a direita, atravesse a avenida em uma passarela e espere no ponto por qualquer ônibus que tenha indicação de "Plaza de Armas". Paguei apenas 1 sol peruano pela passagem.

A arquitetura é toda feita com a sillar que é a pedra vulcânica encontrada na região


A Catedral de Arequipa foi construída com sillar (pedra de origem vulcânica) e sofreu vários danos causados por terremotos ao longo de sua história (1666, 1668, 1687 e 1784). O mais recente ocorreu em 2001 que fez com que a sua torre esquerda desabasse completamente. Em 2002, a catedral e a praça foram reabertas após a reparação dos danos causados ​​pelo terremoto.

A torre esquerda da catedral desabou com um terremoto em 2001


É possível encontrar diferentes tipos culturais na Plaza de Armas


MOSTEIRO DE SANTA CATALINA

Um dos lugares mais bonitos da cidade é este mosteiro de freiras dominicanas fundado em 1579. O lugar era o destino de filhas de famílias importantes de Arequipa. Parece uma mini-cidade com praças, ruas, fontes e claustros. O preço para visitar é salgado: paguei 40 soles de entrada em janeiro/2022. Funciona diariamente de 9h às 17h. Terças e quintas fica aberto até 20h. 

O mosteiro fica a apenas dois quarteirões da Plaza de Armas


No interior, o mosteiro funciona como uma pequena cidade


Tem até praças com chafarizes entre as habitações internas


O mosteiro foi fundado através da doação dos bens de dona Maria de Guzmán, viúva de dom Diego Hernández de Mendoza, que teria sido a primeira reitora do mosteiro, com o nome de Ana Maria de Jesus. Neste mosteiro ingressavam as filhas das famílias mais nobres da cidade sob a exigência do pagamento de um dote de mil pesos de prata testada e marcada e cem pesos mensais para alimentos. 

Quadro da fundadora do mosteiro


Um lugar com bela arquitetura preservada do século 17


A área é organizada como um bairro, tendo também identificação de ruas


Inscrições com mensagens religiosas


Ninguém sabe quando o convento passou a ser construído na forma de uma cidade, mas se acredita que foi por causa dos terremotos que causaram destruição por volta de 1600. A partir de então, as famílias ricas das noviças teriam ajudado a reconstrução, fazendo ambientes individuais.

Quarto individual de uma das monjas de família abastada


Casa habitação tinha sua própria cozinha


Eis o banheiro das monjas!


O mosteiro funcionou discretamente por séculos, sem que a população comum soubesse do seu estilo de vida. Foi apenas nos anos de 1970 que uma parte do mosteiro abriu para o turismo. Apesar disso, ainda existem monjas vivendo enclausuradas na área do norte do complexo.

É como fazer uma viagem ao passado nos corredores do mosteiro


Apesar de ter um ingresso caro, vale a pena visitar um dos lugares mais bonitos de Arequipa


MUSEU SANTUÁRIOS ANDINOS

Este é um dos museus arqueológicos mais importantes de Arequipa pois guarda o corpo de "Juanita, a menina de Ampato", uma garota que foi oferecida em sacrifício e seu corpo foi encontrado muito bem preservado como enxoval funerário. Na primeira sala do museu acontece a introdução através de uma apresentação sobre o projeto dos santuários andinos, a cronologia e os Incas, a época em que esse ritual chamado "Capac Cocha" (1.400 - 1500 d.C.) acontecia. Nas salas seguintes são expostos alguns achados de cerâmica, metais e tecidos. Pode tirar fotos sem flash no museu, exceto na sala onde está exposta a múmia de Juanita. O museu funciona de 9h às 17h30. No domindo fecha às 13h. Segunda-feira não abre. A entrada custou 20 soles em janeiro de 2022.

A coleção vem do projeto Santuarios de Altura del Sur Andino


A visita se inicia com a apresentação de um vídeo que conta sobre as descobertas


O museu possui objetos dos incas, como tecido e cerâmicas


Estátua e um inca pelado


Este tecido tem as cores da bandeira atual do Peru


Reconstituição de uma das nativas que foi descoberta mumificada


Chapéu original encontrado em uma das múmias


Estas franjas seriam, na verdade, uma espécie de mata da localização das tumbas na montanha


Em 1995, um desgelo causado pelas cinzas da erupção do vulcão Sabancaya levou ao desmoronamento de um cemitério inca no Monte Ampato, (6309 metros de altitude). Com isso, a múmia de Juanita foi descoberta. A menina aparenta ter de 12 a 15 anos e estava tão preservada que foi possível identificar que ela se alimentou de vegetais de seis a oito horas antes de morrer, provavelmente por sacrifício.  A morte foi provocada por um golpe forte na cabeça que causou uma fratura próxima ao olho direito, hemorragia interna e o deslocamento do cérebro. Sua roupa era feita de lã de alpaca presa com um broche de prata. A cabeça estava adornada por um uma coroa de penas vermelhas de papagaio e o corpo enrolado em uma tapeçaria fina típica de Cusco. É possível que ela era integrante de uma família nobre. No museu, Juanita permanece congelada dentro de uma câmara especial.

Como não pode fotografar na sala de Juanita, a selfie foi com o quadro dela


Ao término da visita, uma foto com os incas!


OUTRAS ATRAÇÕES

Outras atrações que eu não fui mas que também são famosas na cidade: Canteras de Sillar (Añashuayco) que fica a 12 km do centro e possui esculturas feitas da formação vulcânica rochosa de cor branca; Mercado San Camilo com produtos e culinária regional; e o Mirador de Carmen Alto, um mirante a 2,5 km do centro com vista da cidade cercada de vulcões.


PERNOITE

Me hospedei no Holidays Hostel em um quarto duplo com banheiro compartilhado por 12 USD. Pela noite fui comer em um "Chifa" que é um tipo de restaurante típico chino-peruano que vende pratos mais baratos com cardápio de origem chinesa. Meu prato preferido é o Chaufa que é o típico prato de arroz com frango que vem em grande quantidade. Paguei o jantar com Inka Kola por cerca de 15 soles.

Jantar em um restaurante chifa peruano


Dormi pouco aquela noite pois eu fechei uma excursão no hostel para o Vale de Colca. Parti por volta das 3:00 a.m. em uma van da agência que foi me buscar. Na próxima publicação eu explico com detalhes o tour completo pelo Vale del Colca.


MEU ROTEIRO

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Roteiro completo: MISSÃO SUL DO PERU

Próximo: VALE DE COLCA


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.