Informações úteis e dicas exclusivas para ajudar no planejamento
A primeira coisa que deve ficar clara é que a travessia acontece numa reserva chamada Reserva Ecológica Estadual da Juatinga (e não "Joatinga" como alguns sites e blogs costumam divulgar). O lugar não é um parque, logo não tem estrutura de apoio e nem cobra taxas de visitação ou controla o acesso de visitantes. As trilhas existentes são caminhos que ligam as comunidades caiçaras, formadas de pescadores descendentes da miscigenação de índios, colonos portugueses e negros, e que ainda vivem da pesca naquela região. São os caiçaras que oferecem estruturas mínimas de camping e restaurantes pelo caminho da travessia.
O QUE LEVAR?
Eu sempre busco levar o mínimo possível para não ter que carregar peso nas travessias. A vantagem de fazer trilha em lugar quente é que não precisa levar saco de dormir ou casacos. Isso já diminui bastante o peso. Levei, porém, uma camisa de manga de fleece caso esfriasse, mas não usei. No lugar do saco de dormir, levei apenas uma pequena manta leve. Para economizar, também é possível levar comida na mochila. Como não gosto de ter trabalho cozinhando, fiz um saco cheio de sanduíche de ovo e queijo. Também levei doces e barra de proteína.
Mas você está esperando um Check List né? Então lá vai a lista do que eu levei:
Barraca, isolante térmico, manta, camisa de fleece, roupa de banho, toalha de ciclista, poncho, GPS, 4 pilhas, lanterna, pilhas para a lanterna, GoPro, celular, carregador portátil, cabos USB, tripé pequeno, talheres de plástico, copo de silicone, escovinha de roupa, retinida (cordinhas), saco plástico de gelo para impermeabilizar a roupa, saco para lixo, camiseta regata reserva, calça reserva, meia reserva, 3 cuecas, chapéu, rede, lenço tipo shemagh, canivete, apito, comida, mochila de hidratação, filtro portátil, óculos escuros, Hipoglós, protetor solar, kit primeiros socorros (esparadrapo, gaze, dipirona) e kit higiene (sabonete, shampoo, pasta e escova de dentes, desodorante, talco anticéptico, etc.)
Material pronto para a travessia
COMO CHEGAR?
Toda a travessia transcorre na Reserva Ecológica Estadual da Juatinga, no município de Paraty-RJ, próximo à divisa com São Paulo. Para chegar no ponto de partida da travessia, é necessário pegar um barco e cruzar o Saco do Mamaguá. São 3 opções de lugares para pegar o barco: 1) No cais turístico de Paraty, que fica na parte histórica da cidade (demora cerca de 2 horas de barco); 2) No cais pesqueiro, localizado no bairro Ilha das Cobras e 3) Em Paraty Mirim, o mais recomendado pela proximidade (demora cerca de 20 min de barco).
Esperando o ônibus na BR-101 rumo a Paraty Mirim
Para chegar de carro a Paraty Mirim, a partir de Paraty, deve-se seguir a BR-101 em direção a São Paulo, até o km 154,5. Em seguida, acessar a esquerda e dirigir por uma estrada de 7 km. Em Paraty Mirim existe estacionamento particular.
Ônibus municipal que liga o centro de Paraty às demais localidades
No meu caso, fui de carro na noite anterior com um grupo de amigos, desde o Rio de Janeiro, e dormimos na casa do parente de um deles que fica na BR-101, no caminho de Trindade. Às 6h00 da manhã partimos para a beira da estrada e pegamos um ônibus circular em direção ao centro de Paraty. Pedi para o motorista nos deixar no ponto da estrada próximo da entrada de Paraty Mirim. Ali pegamos outro ônibus que nos deixou em Paraty Mirim. Negociamos um barco até a Praia do Cruzeiro por R$ 140 (R$ 20 por pessoa, num grupo de 7).
TRAVESSIA DE 4 DIAS
A travessia completa teve 42 km de caminhada distribuídos em 4 dias. É uma travessia típica para ser feita no verão por dois motivos: um deles é aproveitar que a temporada de montanha ainda está fechada (no verão é perigoso fazer travessias em montanhas por causa das chuvas torrenciais) e o outro é aproveitar o calor para se banhar nas praias, cachoeiras e rios do itinerário. Porém tem um ponto negativo: o calor é cruel!
DIA 1
O primeiro dia da travessia se iniciou em Paraty Mirim, passou pelas águas calmas do Saco do Mamaguá e da Praia do Engenho, e teve como desafio as subidas íngremes do Pico da Pão de Açúcar e do Morro do Mamaguá. Veja o relato detalhado no post Travessia da Juatinga (dia 1): De Paraty Mirim até a Praia Grande.
DIA 2
O segundo dia da travessia se iniciou na Praia Grande de Cajaíba, passou pelas praias de Itaoca, Calhaus, Itapema e Pouso de Cajaíba, teve descanso na paradisíaca Martim de Sá e pernoite em Cairuçu das Pedras. Veja o relato detalhado no post Travessia da Juatinga (dia 2): Da Praia Grande até Cairuçu das Pedras.
DIA 3
O terceiro dia da travessia se iniciou em Cairuçu das Pedras, teve acampamento na Praia da Ponta Negra e o deslocamento na trilha de 7 km para explorar a icônica Cachoeira do Saco Bravo. Veja o relato detalhado no post Travessia da Juatinga (dia 3): Cairuçu das Pedras, Ponta Nega e Saco Bravo.
DIA 4
O quarto e último dia da travessia se iniciou na Praia da Ponta Negra, passou pelas praias isoladas de Calhetas, Antiguinhos e Antigos, teve um banho de rio na Praia do Sono e finalizou na Vila Oratório, no condomínio de Laranjeiras. Veja o relato detalhado no post Travessia da Juatinga (dia 4): Da Ponta Negra até a Praia do Sono.
DICAS E INFORMAÇÕES ÚTEIS
1) CONDIÇÕES DO AMBIENTE - A trilha passa, na maior parte do tempo, pelo interior da mata atlântica quente e úmida. Além disso, o terreno possui diversas subidas e descidas, algumas bem íngremes. Tudo isso, feito num período de verão fluminense é bastante desgastante por causa do calor. Recomendo beber bastante água e molhar a cabeça sempre que passar por um ponto de água.
2) ÁGUA - O trajeto da travessia passa por diversos pontos de água, então não precisa se preocupar em carregar grandes volumes de água na mochila. Uma mochila de hidratação de 2 litros (Camelbak) ou um cantil de 1 litro é suficiente pois é possível ir reabastecendo no caminho. Apesar de ter águas provenientes de nascentes, recomendo levar pastilhas de purificação (Clorin) ou filtro portátil para tratar a água. É melhor prevenir do que remediar!
3) VEGETAÇÃO - A vegetação invade a trilha em alguns pontos, mas não esconde o caminho. O problema é que os galhos e espinhos podem causar arranhões. Muitas pessoas usam camisas de malha fria com manga cumprida para se protegerem. Eu preferi ir de camiseta regata e bermuda por causa do calor (pois é, fiquei todo arranhado, mas não me arrependi).
4) ANIMAIS - Ouvi histórias da presença de onças nas comunidades de Paraty próximas à BR-101. Como toda aquela área é de proteção ambiental, é possível existir onças em Juatinga também. Mas calma, não é tão fácil achar uma onça assim, principalmente pelas trilhas. Porém, alguns animais peçonhentos (ou não) podem ser vistos, como aranhas e cobras. Basta ter atenção onde pisa!
5) MOSQUITOS - Esse sim foi o grande terror da travessia. Eu não costumo usar repelente e voltei cheio de picadas, principalmente nos pés quando eu estava de chinelo de manhã cedo ou à noite. Outras pessoas que estavam comigo passaram repelente e também voltaram cheias de picadas.
6) PÉS - Evite ficar com as meias molhadas para não fazer bolhas ou machucados. A minha dica é passar pomada tipo Hipoglós nos pés, quando ainda estão secos. A pomada impermeabiliza e protege de atrito e assaduras.
7) GPS - Não gosto de fazer trilhas com guias pois acho mais divertido descobrir sozinho o caminho. Sendo assim, sempre levo um aparelho GPS. O modelo que usei é o Garmin 62s com um trajeto baixado do site Wikiloc (clique no link para acessar o tracklog que usei).
8) DINHEIRO - Os bares e campings ficam isolados em comunidades caiçaras, logo, não há caixas eletrônicos ou máquinas de cartão de crédito. É importante levar dinheiro em espécie. Abaixo estão os gastos que tive na travessia para servir de base.
2) ÁGUA - O trajeto da travessia passa por diversos pontos de água, então não precisa se preocupar em carregar grandes volumes de água na mochila. Uma mochila de hidratação de 2 litros (Camelbak) ou um cantil de 1 litro é suficiente pois é possível ir reabastecendo no caminho. Apesar de ter águas provenientes de nascentes, recomendo levar pastilhas de purificação (Clorin) ou filtro portátil para tratar a água. É melhor prevenir do que remediar!
3) VEGETAÇÃO - A vegetação invade a trilha em alguns pontos, mas não esconde o caminho. O problema é que os galhos e espinhos podem causar arranhões. Muitas pessoas usam camisas de malha fria com manga cumprida para se protegerem. Eu preferi ir de camiseta regata e bermuda por causa do calor (pois é, fiquei todo arranhado, mas não me arrependi).
4) ANIMAIS - Ouvi histórias da presença de onças nas comunidades de Paraty próximas à BR-101. Como toda aquela área é de proteção ambiental, é possível existir onças em Juatinga também. Mas calma, não é tão fácil achar uma onça assim, principalmente pelas trilhas. Porém, alguns animais peçonhentos (ou não) podem ser vistos, como aranhas e cobras. Basta ter atenção onde pisa!
5) MOSQUITOS - Esse sim foi o grande terror da travessia. Eu não costumo usar repelente e voltei cheio de picadas, principalmente nos pés quando eu estava de chinelo de manhã cedo ou à noite. Outras pessoas que estavam comigo passaram repelente e também voltaram cheias de picadas.
Meu pé após ser devorado pelos mosquitos da Juatinga
6) PÉS - Evite ficar com as meias molhadas para não fazer bolhas ou machucados. A minha dica é passar pomada tipo Hipoglós nos pés, quando ainda estão secos. A pomada impermeabiliza e protege de atrito e assaduras.
7) GPS - Não gosto de fazer trilhas com guias pois acho mais divertido descobrir sozinho o caminho. Sendo assim, sempre levo um aparelho GPS. O modelo que usei é o Garmin 62s com um trajeto baixado do site Wikiloc (clique no link para acessar o tracklog que usei).
8) DINHEIRO - Os bares e campings ficam isolados em comunidades caiçaras, logo, não há caixas eletrônicos ou máquinas de cartão de crédito. É importante levar dinheiro em espécie. Abaixo estão os gastos que tive na travessia para servir de base.
CUSTOS (março 2018)
- Ônibus p/ Guaratiba - R$15,50
- Combustível do carro (ida e volta) por pessoa - R$ 78,40
- Sanduíche no Subway - R$ 20
- Ônibus circular p/ centro de Paraty - R$ 4,25
- Ônibus circular p/ Paraty Mirim - R$ 4,25
- Barco p/ Praia do Cruzeiro - R$ 20 por pessoa (R$ 140 o barco para 7 pessoas)
- Camping na Praia Grande - R$ 20
- Prato feito na Praia Grande - R$ 25
- Prato feito em Martim de Sá - R$ 25
- Camping em Cairuçu das Pedras - R$ 20
- Camping na Ponta Negra - R$ 20
- Bolo de cenoura - R$ 5
- Prato feito na Vila do Oratório - R$ 22
Total: R$ 279, 40
MEU ROTEIRO
Roteiro completo: TRAVESSIA DA JUATINGA
Próximo: DE PARATY MIRIM ATÉ PRAIA GRANDE
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É Saco do Mamanguá! Não "Mamaguá"! Abs
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