Grécia: O Palácio de Festos em Creta

As ruínas onde foi encontrado o disco de argila com inscrições indecifráveis até hoje


Segundo a mitologia, Festos (ou Phaistos em grego) foi a morada do rei Radamanthis, irmão do rei Minos. O Palácio de Festos teria sido o segundo maior de Creta, depois de Knossos. Mas o maior mistério desse lugar foi o achado de um disco circular de argila com estranhos símbolos. Até hoje ninguém conseguiu traduzir o Disco de Festos como ficou conhecido.


COMO CHEGAR?

Para chegar em Festos a partir da cidade de Heraklion, basta pegar um ônibus no terminal, mas atenção, não é o terminal principal da cidade que fica próximo ao porto. O terminal de onde saem os ônibus para Festos fica na Rua Machis Kritis, lodo depois de passar pelas muralhas antigas. 

O terminal dos ônibus para Festos (Phaistos) é denominado KTEL Mesaras


Existem poucos horários para Festos, por isso é bom confirmar os horários de retorno no guichê da empresa KTEL. O valor da passagem é 6,50 euros (ida e volta é 13 euros). O ônibus segue destino para a localidade de Matala-Mires e pára num ponto de ônibus em frente ao sítio. A viagem dura cerca de 1h 30min. 

Da janela do ônibus, observei esta loja com o logotipo lembrando o culto ao touro (como o Ápis egípcio)


Os horários de ida e volta variam dependendo dos dias da semana, mas normalmente são feitos sempre nos horários 7h30, 9h00, 10h30, 11h30, 12h45, 14h00 (ida, mais tarde que isso impossibilita o retorno). A volta é mais restrita, normalmente às 9h30, 13h30 e 15h00 (seg a sab) ou 17h15 (domingo). Veja abaixo a tabela com os horários circulados pelo atendente do guichê:

Tabela de horários do ônibus que passa por Festos (clique para ampliar)


CHEGADA EM FESTOS

O sítio arqueológico funciona de 8h às 19h e a entrada custa 4 euros (abril 2015). Quanto mais cedo chegar, mais tranquilo estará o sítio. Apesar de ser pouco visitado, existem passeios guiados que chegam em ônibus lotados.  

Local de desembarque do ônibus


Festos fica numa região alta, dominando os campos ao seu redor


O SÍTIO ARQUEOLÓGICO

O Palácio de Festos possui um estilo arquitetônico que é considerado o mais típico de todos os palácios minóicos. As ruínas incluem duas fases, um antigo e um novo palácio. Veja neste link a foto aérea das ruínas.

O extenso pátio que servia como teatro no Palácio de Festos


No lado oeste está o santuário do palácio 


A cidade minóica ocupava grande área em torno do palácio. Depois da destruição do palácio, no século 15 a.C., a cidade continuou a ser habitada no período micênico até o século 8 a.C. O local exato do Palácio da Festos foi redescoberto em meados do século 19, enquanto que a investigação arqueológica do palácio começou só em 1884.

Os pisos e paredes eram compostos com placas de areia e pedra de gesso branco


O palácio possuía dezenas de cômodos e colunas


Os monumentos mais importantes sítio são: O Palácios (velho e novo), construídos de blocos de cantaria e espalhados em diferentes terraços, os aposentos reais, os armazéns, uma bacia lustral, o propylon monumental e grandes escadarias de acesso.

Existiam armazéns para se guardar mantimentos


A arte e o estilo minóico são vistos nos grandes vasos de argila encontrados


LOCAL DO DISCO DE FESTOS

O maior mistério dessas ruínas, sem dúvida, foi a descoberta de um estranho disco de argila com inscrições até hoje sem tradução, foi chamado de Disco de Festos e hoje ele se encontra no Museu Arqueológico de Heraklion.

Local do sítio onde o Disco de Festos foi encontrado


Aí você se pergunta: por que esse simples disco de argila é tão misterioso? Talvez porque seus hieróglifos foram feitos com uma espécie de "carimbo" na placa de argila. Se existiam carimbos prontos, supõem-se que era uma escrita já consolidada. Mas de onde veio essa escrita se não existe nada igual no reino minóico? Alguns sugerem até que pode ter vindo de outra civilização avançada, talvez até da mítica Atlântida de Platão.

O Disco de Festos se encontra no Museu Arqueológico de Heraklion


OS APOSENTOS REAIS

Através do pátio central se chega nos aposentos reais, na parte norte do palácio, que tinha vista para o topo das montanhas Psiloritis. Também haviam quartos para os príncipes, menores e menos luxuosos. Os túmulos dos governantes de Festos foram encontrados num cemitério descoberto a 20 minutos do palácio.

Para proteger os detalhes dos aposentos reais, esta parte fica coberta


O impressionante revestimento que sobrou das paredes


Vista das ruínas do quarto real de dentro: feito de alabastro e outros materiais 


 A vista do quarto real fica para o norte e é incrível


Montanhas Psiloritis


COISAS CURIOSAS DO PALÁCIO

Embora muitas inscrições foram encontradas pelos arqueólogos, todos elas estão em código ainda não decifrado. Tudo que nós sabemos sobre o sítio, até mesmo o seu nome, são baseados em escritores antigos e resultados da escavação de Knossos. O historiador Diodoro da Sicília indica que Festos, juntamente com Knossos e Kydonia, são as três cidades que foram fundadas pelo rei Minos em Creta.

A região em torno de Festos ainda é rural (e muito bonita!)


Essa pedra devia ter alguma função. Círculo dividido em 4 partes


Símbolos marcados nas pedras


No lado oeste do palácio estão as ruínas de santuários. Muitas construções estranhas ainda sem explicação são encontradas por aqui. É interessante se perguntar sobre o que seriam.

Revestimento de piso protegido para estudos


Sistemas de drenagem complexos ou seria um local de culto religioso


Construção confusa que se assemelha a labirinto (teria ligação com o Minotauro?)


Construção misteriosa para comportar água ou mantimentos


HORA DE PARTIR!

Toda a paz e calma das montanhas de Festos é quebrada quando chega um ônibus de turismo, desta vez com franceses. Quanto mais tarde ficava, mais chegava turistas. Resolvi voltar para Heraklion, mas antes, mais uma descoberta: uma máquina que vendia moedas comemorativas da Grécia. Por 2 euros comprei uma moeda miniatura do Disco de Festos, coisa rara! 

Grupo de turistas franceses chega em massa no sítio


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.