Grécia: O Canal de Corinto

Uma obra da engenharia que impressiona pelo efeito natural


Distante apenas 12 Km do sítio arqueológico, está uma das mais belas atrações da cidade moderna de Corinto. O Canal é ideia antiga, tendo o historiador grego Suetônio contado que o Imperador Júlio César havia planejado um canal através do istmo, no entanto, ele foi assassinado antes que pudesse executar sua obra. Mais tarde, o imperador Nero começou a escavação para a abertura do canal, mas o projeto foi abandonado quando ele morreu pouco depois do início. Somente em 1893 o Canal de Corinto passou a existir.

Praça na parte ocidental do Canal, próximo ao Porto de Poseidonia 


Ponte de Poseidonia é móvel, e abre para a passagem de barcos


Ponte aberta para a entrada de um barco no canal


PRIMEIRAS TENTATIVAS 

O primeiro a propor a abertura de passagem para embarcações foi o tirano Periander, no século 7 a.C. Ele ordenou a construção de uma simples e (mais) barata estrada terrestre, chamando de Diolkos, ao longo do qual podiam ser rebocados navios de um lado do istmo para o outro. Os restos do Diolkos ainda existem, podendo ser vistos no lado ocidental identificado com uma placa, ao lado da praça perto da ponte móvel de Poseidonia (fotos acima).

O Diolkos seguia paralelo ao que hoje é o canal


VESTÍGIOS DE GUERRA

Segui caminhando pela estrada de terra paralela ao canal, onde antigamente existia o Diolkos. Era um domingo de manhã e não se via ninguém por ali, uma paz completa. Pelo caminho é possível ver uma base militar e casamatas de proteção do canal que possui posição estratégica. 

Quartel militar na beira do canal


O canal ainda possui casamatas de proteção


Na Segunda Guerra Mundial houve uma batalha no local em que a tropa da Alemanha Nazista tomou o canal até então defendido pelos britânicos, usando paraquedistas para surpreender o oponente.

 Casamata é uma instalação militar fortificada, fechada e abobadada à prova dos projéteis inimigos


Interior das casamatas abandonadas


O CANAL NA PRÁTICA

O canal é atravessado por uma linha ferroviária, uma estrada e uma auto-estrada, a uma altura de cerca de 45 metros. Uma ponte usada apenas para a travessia de pedestres é o melhor mirante para admirar a vista e assistir a passagem das embarcações. Para quem gosta de aventura, algumas agências proporcionam um salto de bungy jump (Zulu Bungy).

Ponte velha que é o mirante do canal


Cortado nas rochas, a vista do canal é impressionante


O canal economiza para os barcos uma volta de 700 Km em volta do Peloponeso, mas é muito estreito para grandes navios cargueiros pois a largura é de 24 metros na parte superior e 21 metros de largura na parte inferior, isso porque suas paredes estão cortadas verticalmente em um ângulo de 80 graus.

Navios grandes devem ser rebocados para passar no canal 


O canal possui 21 metros de largura e 8 metros de profundidade


A travessia pelo canal é de 6,3 Km


Navios de carga e navios turísticos utilizam o canal diariamente


Saída pelo Porto de Poseidonia (ponte aberta)


As paredes de pedra calcária e a cor das águas azul-turquesa do canal criam um efeito de beleza sem igual. Mesmo esta sendo uma atração pouco visitada, eu diria que é um dos cenários mais bonitos da península/ilha do Peloponeso. Talvez a paz de estar afastada do turismo de massa seja a razão disso.

A natureza se encarrega de manter o lugar belo


Longe do turismo de massa, o canal ainda é admirado por poucos


O efeito azul-turquesa das águas do Canal de Corinto


Um lugar para se meditar


DESPEDIDA DO CANAL

Depois de admirar as paisagens, retornei para o Porto de Poseidonia onde eu seguiria viagem de carro em direção a cidade de Maratona, na direção de Atenas. Antes de partir, pude presenciar um rebanho de ovelhas sendo conduzido pelo seu pastor, guardando assim a última cena do belo Canal de Corinto.

Rebanho de ovelhas ocupa a estrada paralela ao canal


Apesar de Corinto ser uma cidade grande, cenas simples como esta ainda fazem parte do cotidiano


11 mil barcos navegam pelo canal anualmente


Uma estátua de Poseidon, cópia da que se encontra no Museu Nacional de Arqueologia, em Atenas


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.