UYUNI (terceiro dia)

Alvorada na madrugada


 Ainda bem cedo, antes de qualquer raio de sol, todos já estão embarcando nos seu jipes para partir para o terceiro dia de exploração do Deserto de Uyuni. O horário prematuro de alvorada às 04h30 se deve ao primeiro ponto do dia: El Sol de Mañana, o apelido dado ao local dos geisers que se localizam a 4.850 metros de altitude. Nessa área já pude ver neve e presenciar o efeito dos geisers cuspindo gases para fora da terra. Várias placas avisam do perigo de se aproximar da saída de gás quente, mas alguns não dão importância, e tenho que admitir que eu sou um deles. Eu não podia deixar de observar de perto esse efeito da natureza.










Seguindo caminho após os geisers, é hora de desfrutar das vantagens desse tipo de fenômeno. A próxima atração são os Termas de Polques: piscinas naturais de água termal adjacentes ao Salar de Chalviri. Existe uma pequena estrutura para receber turistas como vestiários e restaurante. A piscina que não é assim tão natural, pois é represada para uso público, fica lotada de gente. Com o frio que fazia naquele local a 4.400m, eu não senti a mínima vontade de entrar na água, preferi conhecer os arredores e fotografar. Percebi que, ao contrário dos gringos, muitos brasileiros também tiveram a mesma reação que eu tive. Na minha teoria, um país que está acostumado com as mais belas praias tropicais não vê muita graça em passar frio só para entrar numa piscina de água quente. Porém, é válido se banhar se você desejar, só não esqueça da roupa de banho e da toalha para quando sair.




Nessa região do deserto se observam muitas llamas e alpacas, os animas mais bem adaptados por aqui. Diz a lenda que na época do descobrimento, quando os espanhós chegaram nos andes fizeram as seguintes perguntas ao nativos se referindo aos animais: ¿Como se llama?. Os nativos não entenderam a pergunta e apenas repetiram “llama”, aí se acreditou que era assim que se chamavam esses animais. É uma lenda meio duvidosa, mas interessante e engraçada.
 


Essa também é área de plantações de Quinua ou Quinoa. Cereal sagrado dos Incas, fontes de diversas fibras e vitaminas.



A partir desse momento os grupos se dividem. Muitos mochileiros seguem seus roteiros em direção à São Pedro de Atacama no Chile, outros retornam para Uyuni. No meu carro tinham 04 brasileiros, 01 peruano e 02 tchecos, e todos seguiriam em direção ao Peru após Uyuni. 



NOVA MISSÃO, CHEGAR EM LA PAZ

O carro retornou para Uyuni depois de algumas cansativas horas de deslocamento, parando apenas para almoçar em um vilarejo, chegando por volta das 17h. Ao chegar na porta da agência, fui perguntar se a senhora havia comprado minha passagem para La Paz conforme eu havia combinado. Ela disse que reservou, e que ia pegar o papel. Como eu sempre desconfio que queiram me enrolar, esperei enquanto aproveitava para carregar a bateria da minha máquina no escritório da agência. Ela demorou um pouco pois estava fechando com turistas recém-chegados.

Enfim com o comprovante na mão, esperei o horário de embarque, previsto para 20h (chegaria às 8h em La Paz). Próximo da hora de embarque, fui esperar no escritório da empresa de ônibus Panasur onde havia algumas cadeiras numa espécie de sala de embarque. Com a chuva que começava a cair e a aglomeração e pessoas que começavam a se formar naquele espaço tão apertado, uma garota dinamarquesa (com um chapéu de hélice parecido com o do personagem Kiko) veio pedir ajuda para que eu perguntasse algo em espanhol para a atendente da empresa. Na hora eu não estava entendendo o que estava acontecendo, mas descobri que a empresa vendeu a passagem com destino a Oruro para a garota, e estava dizendo que o ônibus para Oruro foi cancelado e que ela teria que embarcar no ônibus de La Paz e descer no caminho (Oruro fica no caminho de La Paz). Isso se deve ao fato de que, com as chuvas, a estrada direto para Oruro estava interditada. O problema é que queriam que a garota pagasse a diferença de passagem, ou seja, a passagem completa de La Paz. Aí que eu me liguei no porque na confusão: era véspera de carnaval e Oruro é uma espécie de “Salvador” da Bolívia sobre este evento. A garota teve que pagar e a viagem seguiu, já atrasada é claro.... 

GASTOS DO DIA (fevereiro 2013)

Lanche: 15 Bs
Passagem para La Paz: 100 Bs


MEU ROTEIRO


Roteiro completo: MISSÃO BOLÍVIA

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.