UYUNI (primeiro dia)

A pequena cidade do Salar


Desembarquei do ônibus à noite e surgiu uma senhora me oferecendo um pacote para o Salar por 700 Bs, incluindo a hospedagem naquela noite. Fiquei meio desconfiado no começo mas depois de fazer várias perguntas, fechei o negócio!

Foi uma noite tranquila numa pousada que não me lembro o nome, mas estava inclusa no pacote da empresa. Depois observando o cartão que a senhora havia me dado, vi seu nome, era Landscape Ecological Operator, fica na Av. Arce esquina com Av. Cabrera, bem na entrada dos CORREOS, o tel. (para quem quiser ligar) é (591-2) 6932123 e cel. (591) 70232032. A empresa fica bem no local que serve de terminal rodoviário, pois Uyuni não possui um (na época da minha viagem estavam construindo um).

Para que gosta de pagar caro por um serviço talvez melhor, ouvi recomendações favoráveis a empresa Cordillera Traveler (algo em torno de U$ 160).

Como a senhora da empresa marcou o Tour no Salar saindo às 10h00, eu acordei cedo para dar uma volta na cidade e visitar o seu museu que fica no calçadão da praça Arce (em frente a Catedral), entre a Av. Colón e Av. Potosí. Meu trajeto foi simples (até porque não tem muita coisa pra conhecer), Av. Colón, Catedral, Museu, Praça Arce e Estação Ferroviária.


 
No Museu Arqueologico y Antropologico de los Andes Meridionales (08h30-12h00 e 14h00-18h30, de segunda a sexta), paguei a entrada que não passou de 2,50 Bs, e entrei no salão (na verdade uma sala) que era a única. Apesar de pequeno é bem interessante, com corpos mumificados, crânios com deformações causadas pelas sociedades antigas e maquetes de áreas arqueológicas.

 
 

Tomei o desayuno (café da manhã) num lugar bem no meio da praça Arce e depois voltei para a hospedagem para pegar a mochila e aguardar o carrro do tour. Fiquei esperando até quase 11h e nada! Já comecei a me estressar com a falta de pontualidade e pedi para a atendente da hospedagem ligar para a senhora da empresa. Ela ligou e falou que já estava chegando. Continuei esperando e nada! Já pensando que tomei calote, fui andando até o escritório da agência e não achei (eu não tinha me ligado que ficava dentro do prédio dos Correios). Voltei para a hospedagem e, enfim, a senhora chegou e me levou até o jipe. Que saiu já quase 12h com excesso de passageiros (7). 

Dica: Separar roupa de frio, poncho e protetor. Na mochila, saco de dormir ou edredon (temperatura chega ficar abaixo de 0ºC a noite). Levar água (galão de 5 L por pessoa), comida e dinheiro para reabastecer no caminho (o tour inclui água e alimentação, mas limitados, logo se você possui necessidades não moderadas, é melhor levar). Não esqueça dos óculos escuros! 

O SALAR DE UYUNI, MARAVILHA DO MUNDO 

Ainda na cidade de Uyuni, a primeira parada se fez no Cemitério de Trem, um local a 3 Km da Estação Ferroviária que concentra locomotivas e vagões abandonados.

Para começar bem, enquanto eu e os demais estávamos fotografando os trens, o carro deu a primeira pane e teve que ser substituído. Nessa substituição, foi junto a garrafa de 5 litros de água que eu acabara de comprar. Já me estressei mais uma vez com a agência.
 



Já a caminho do Salar, a 20 Km ao norte de Uyuni, acontece uma parada no povoado de Colchani para almoço (incluso no pacote). Um prato de empanada padrão com Coca-Cola e segue a viagem.
 

O Salar de Uyuni é um dos lugares mais exóticos do mundo, possuindo 12.106 quilômetros quadrados e se localiza a 3.653 metros de altitude. Além do turismo, o Salar sobrevive de extração de sal e de sua transformação, principalmente em torno das fábricas de Colchani. A produção anual é estimada em 20.000 toneladas, 18.000 das quais é para consumo humano e o restante para o gado.
 


 
Depois de mais alguns quilômetros se chega no Hotel de Sal, um hotel todo feito com pedras de sal que foi desativado pois não possuía sistema de saneamento adequado. Agora só funciona como ponto turístico e restaurante, que, aliás, possui preços bem “salgados” em seu cardápio.
 





No hotel também se encontra o marco com a bandeira dos países que são colocados por visitantes. Na foto que fui tirar levei a minha bandeirinha para marcar a presença brasileira.
 

Dica: enquanto estiver exposto ao salar, passe protetor solar no corpo e lembre-se: os raios solares se refletem bem na superfície branca e queima por todas as partes do corpo.

De dezembro a março é época de chuva no Salar e a água cria um espelho d´água que confunde o horizonte, algo impressionante. Outro ponto turístico é a Isla del Pescado, uma ilha no meio do deserto com cactos que criam um efeito de contraste com o branco bem surreal, porém, em épocas em que a chuva alaga o local, não se pode chegar para visitar.

Na teoria aceita, o Salar de Uyuni teria se formado a partir de lagoas de água salgada que evaporaram. Essas lagoas eram parte do mar e ficaram isoladas no interior do continente após o choque das placas tectônicas e elevação das atuais cordilheiras dos Andes.
 


 




 
De volta a estrada, a paisagem começa a mudar saindo do Salar em direção a Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa. O branco do sal se torna amarelo de deserto. Muitas lagoas que se formam com a chuva transformam belas fotos com o contraste de montanhas e vulcões nevados.

O dia termina no povoado de San Juan numa hospedagem bem rústica para pernoite. Dependendo da hospedagem que a agência disponibiliza, pode não haver água quente (às vezes nem água!), não foi o caso desta vez. 





GASTOS DO DIA

Entrada do Museu Arqueológico – 2,50 Bs
Desayuno – 32 Bs
Água – 40 Bs 

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.