TIAHUANACO

Um dos maiores mistérios do Altiplano


Cheguei em La Paz já querendo sair! Não é bem assim... Apesar de eu não ter gostado muito da arquitetura da cidade que parece ser uma imensa favela pelo fato de ser comum manter as casa sem acabamento e pintura, eu já estava ansioso por chegar nas ruínas na misteriosa civilização de Tiahuanaco que fica a apenas 60 Km de La Paz.
 

As ruínas arqueológicas de Tiahuanaco, ou Tiwanaco em Aimará, idioma dos habitantes indígenas, são um dos maiores mistérios da América do Sul por se tratar de uma civilização avançada, porém muito anterior aos incas. Várias peças do quebra cabeça não encaixam na existência de suas ruínas.

Existem dois meios de conhecer Tiahuanaco: Um deles é contratando um tour em alguma agência em La Paz (Existem várias na Calle Sagarnaga e na Calle Illampu), pagando em torno de U$ 25 por pessoa, saindo em torno das 09h00 e retornando às 13h30, com um guia incluso e van com outros turistas no grupo. A entrada é paga individualmente (80 Bs). 

Outro meio é “com emoção” e, é claro, essa foi minha escolha. Para chegar por conta própria para Tiahuanaco, você deve ir até o Terminal do Cemitério (para se informar, pergunte sobre Terminal de buses del cementerio). O terminal fica cerca de 1,2 Km do Mercado das Bruxas (área que compreende as calles Santa Cruz, Linares, Sagarnaga e Illampu). Como eu estava hospedado na Calle Illampu, fui andando até o cemitério, seguindo pela calle Santa Cruz e virando na calle Max Paredes, passei pelo Hospital de La Paz e continuei pela Av. Baptista que é a rua do cemitério. O terminal é bem em frente da entrada, os ônibus e vans se aglomeram na rua mesmo (não existe estrutura física de um terminal). As saídas para Tiwanaco compreendem o período de 06h às 18h em vans que, na sua maioria possuem uma placa indicando o destino. O valor era de 15 Bs por pessoa.

Cheguei no local cedo e, para minha surpresa, a maioria do comércio estava fechado e o terminal quase vazio, afinal, era uma segunda-feira de carnaval. Encontrei o escritório de uma das empresas que fazem o trajeto e o indivíduo me informou que a próxima van só sairia às 10h30! Dessa forma eu só chegaria em Tiwanaco próximo das 12h.

Foi aí que me informando, descobri que existe um ônibus de linha que vai para a cidade de Desaguadero, na fronteira com o Peru, que pega a mesma carretera (estrada) que passa em Tiahuanaco. Fui perguntando e encontrei o ponto do ônibus (daqueles coloridos) que já estava saindo, localizado a algumas ruas depois do terminal. A passagem custou 8 Bs por pessoa. A viagem segue por 64 Km em um pouco mais de 1h. Para descer é necessário pedir para o motorista parar na entrada de Tihuanaco, senão ele segue direto para Desaguadero. É só ficar ligado nas placas na estrada que indicam quando chegar na entrada da cidade.



UMA CIVILIZAÇÃO ANTEDILUVIANA?

Tomei café da manhã num restaurante em frente ao portão de entrada das ruínas e comprei o ingresso por 80 Bs que dá direito a entrar em Kalasasaya, Puma Punko, Museu Lítico e Museu Cerâmico. Entrei logo em Kalasasaya que é a principal atração e mais o mais famoso templo. Na verdade, muita coisa da construção original se perdeu com a retirada de pedras para construções do atual vilarejo de Tiahuanaco e da estrada de ferro. O que se vê no templo nada mais é do que uma reconstrução aproximada da realidade, montada para turista ver.
 

Logo na entrada nos deparamos com a pirâmide reconstruída de Akapana. Depois dela se chega no Templo Kalasasaya propriamente dito onde se encontra o Portal do Sol, um portal talhado em um monólito e com várias figuras esculpidas, incluindo o Deus Viracocha segundo a arqueologia convencional.








 

Ao seguir em direção a frente do templo, pode-se observar o Templete Subterrâneo que foi encontrado soterrado e que possui dezenas de cabeças esculpidas, com diferentes características, como se representasse povos distintos. Até mesmo algumas cabeças já foram comparadas com extraterrestres de acordo com o documentário Alienígenas do Passado do History Channel. 





 
Uma coisa bem interessante é que diversas Llamas ficam espalhadas pelo terreno da área arqueológica para “aparar a grama”. Aproveitamento dos meios bolivianos!



 
Depois de passar por templos menos significativos, mas não menos importantes, segui para a principal área dessa aventura, que fica a apenas 1 Km de distância: Puma Punko!
 
GASTOS DO DIA (fevereiro 2013)

Ônibus para Tiahuanaco – 8 Bs
Café da manhã – 25 Bs
Entrada no Complexo de Tiahuanaco – 80 Bs
Van para El Alto – 15 Bs
Van para o centro de La Paz – 3 Bs 


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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.