Islândia (dia 1): Início da jornada por Kerið, Geysir e Gullfoss

Começando a aventura em ritmo acelerado mas com um pernoite descente


Depois de fazer uma conexão em Nova York e pernoitar deitado no chão do aeroporto de Londres, decolei às 7h40 num vôo bem vazio da British Airways com destino ao Aeroporto Internacional de Keflavik, na Islândia. De repente já era possível avistar o desenho daquela ilha vulcânica no extremo norte do planeta. Foram quase 3 horas de vôo, cheguei às 9h50.

A Islândia já sendo vista no horizonte


CHEGADA NA ISLÂNDIA

O aeroporto é pequeno mas bem moderno. Depois do desembarque, passei pela imigração que foi bem tranquila, só perguntou em inglês qual era o motivo da minha viagem para o país (turismo!) e quanto tempo eu iria passar lá (13 dias!). Depois disso segui para trocar dinheiro, fazendo o câmbio de 100 USD por 9.399 Coroas Islandesas (ISK).

Desembarque no Aeroporto


Animais e vegetais apreendidos com passageiros 


Estranhas estátuas no lado de fora do aeroporto


A próxima etapa seria pegar o carro alugado com a empresa Iceland Car Rental Station (ICRS) que eu já havia reservado 1 mês antes no Brasil pela internet. O valor do aluguel para 12 diárias saiu por 277.36 USD (R$ 1.044,90) que dividi com meu amigo, saindo R$ 522,45 para cada um. O motorista do shuttle da empresa estava aguardando no saguão de desembarque, perto do guichê de informações. O motorista, um polonês que já trabalhava há anos na Islândia, me levou até o escritório da empresa na cidade de Keflavík que fica a 4 km do aeroporto. Nesse momento eu descobri que teria que pagar o seguro do carro também, que saiu exorbitantes 20.400 ISK (ou R$ 775,27!!!) que eu dividiria também com meu amigo.

Os carros na Islândia já possuem pneus com "garras" para aderir com o gelo nas estradas


Com o carro na mão, faltava a última etapa antes de pegar a estrada: comprar o estoque de comida e o gás para cozinhar durante a jornada. Fiz as compras no mercado Iceland: miojo (40 ISK), leite (149 ISK), ovo (669 ISK), pão de forma (299 ISK), nugets (699 ISK), margarina (199 ISK), saco de granola (769 ISK), isqueiro de cozinha (299 ISK), etc. Ainda comprei um chip de internet da Síminn com 10 Gb de dados por 2.900 ISK. Para fechar, comprei uma botija de 240 gramas de gás (1.395 ISK) no posto de gasolina para cozinhar durante a Road trip. OBS: não vendem essas botijas de gás nos mercados, somente nos postos de gasolina. 

Supermercado Iceland em Keflavík 


A maioria dos produtos é importado para a Islândia, tem até café brasileiro 


SELLFOSS

Com um clima de chuva fina e vento, peguei a estrada para, enfim, iniciar o primeiro dia de exploração pelo país. Após passar pela cidade de Reykjavík, continuei mais 52 km até a primeira parada, na cidade de Sellfoss. Fiz uma parada no estacionamento perto da ponte da cidade para observar a paisagem na beira do rio, dentre outras coisas (como urinar!). Em um ponto do rio era possível ver um estranho fenômenos que parecia que a água surgia de um buraco no fundo, como se fosse um gêiser discreto.


São 40 km de distância entre o aeroporto de Keflavík e a capital Reykjavík


As estradas são boas, retas e bem sinalizadas


Um outdoor com carros acidentados para conscientizar / traumatizar os motoristas 


Parada na pequena cidade de Sellfoss


Arte feita em madeira na beira do rio


 A força do rio Ölfusá formou até ilhas de pedras vulcânicas


KERID

Continuei meu roteiro voltando pela mesma estrada para entrar à direita na route 35. Foram mais 16 km desde Sellfoss (15 min) para chegar na bela cratera chamada Kerið. Para entrar, é cobrada uma taxa de 400 ISK pois fica em terreno particular. Veja a localização no Google Maps. A cratera se formou há cerca de 6.500 anos no norte de uma fileira de crateras conhecida como Tjarnarhólar. Um mistério é sustentado por uma tradição antiga que afirma que um aumento no nível da água aqui é acompanhado por uma queda correspondente na lagoa em Búrfell, em Grímsnes, e vice-versa, mas ninguém sabe explicar o motivo. 


A cratera possui 270 m de comprimento, 170 m de largura e 55 m de profundidade. A profundidade da água varia entre 7 e 14 m 


 Devido aos minerais do solo, sua água é opaca e bastante viva


É possível descer por uma escada até a beira da água dentro da cratera


SKÁLHOLT 

Depois de mais 23 km (20 min) fica o vilarejo histórico Skálholt que foi um ponto de peregrinação na era medieval. A Catedral consagrada em 1963 está decorada com arte valiosa. Na cripta há uma pequena exposição do Museu Nacional com itens escavados em Skálholt. Uma atração do vilarejo é Festival de Música de Verão que acontece desde 1975.

Passada rápida pela igreja histórica de Skálholt


GEYSIR

Mais 28 km (25 min) pela mesma estrada e cheguei em um dos lugares mais impressionantes da Islândia. Este foi o primeiro gêiser descrito por uma fonte impressa e o primeiro conhecido pelos europeus modernos. A palavra inglesa geyser (uma fonte termal que sai periodicamente) deriva de Geysir. O nome Geysir em si é derivado do verbo islandês gjósa, que significa "jorrar", e deu origem ao termo gêiser em português. A entrada é grátis. Veja aqui a localização no Google Maps.

A entrada na área de Geysir é livre


A água jorra a uma temperatura de 80 a 100 graus Celsius! 


As erupções são frequentes e se tornam um espetáculo


Várias poças de água fervendo que surgem do interior do solo 


As pessoas ficam com as câmeras preparadas para registrar as erupções 


É impressionante observar a força que a água jorra na superfície


 Ao redor existem outras poças que não jorram, mas fervem igualmente


GULLFOSS

Mais 10 km (11 min) depois de Geysir está uma das cataratas mais imponentes do país, cujo nome Gullfoss significa "cataratas douradas". Veja a localização no Google Maps. Na primeira metade do século 20 houve muita especulação sobre o uso de Gullfoss para gerar eletricidade. A cachoeira foi arrendada indiretamente por seus proprietários a investidores estrangeiros. Porém, as tentativas de investimento foram mal sucedidas devido à inadimplência. A cachoeira, mais tarde, foi vendida para o estado da Islândia e agora está protegida. Diz a lenda que Sigriður, a filha do proprietário, foi quem salvou a cachoeira da exploração ao ameaçar se jogar de cima dela. Existe um memorial em pedra da mulher.

O acesso às cataratas é livre, sem taxas, e ainda tem estacionamento no local 


A queda d´água possui cerca de 32 metros de altura


 A fenda tem cerca de 20 m de largura e 2,5 km de comprimento



Sigriður a mulher que lutou para proteger Gullfoss



Ao subir uma escada a partir do estacionamento, existe um mirante do rio Hvítá


O largo rio Hvítá tem origem no glaciar Langjökull


 A quantidade média de água que escorre é de 140 m3/seg no verão e 80 m3/seg no inverno


Voltei para a estrada já de noite, mas ainda claro naqueles dias de abril


MIDGARD BASE CAMP

Percorri mais 96 km desde Gullfoss até a pequena cidade de Hvolsvollur, chegando por volta das 20h00. Depois de 2 dias fazendo conexões e dormindo em avião e aeroporto, planejei o pernoite do primeiro dia num lugar em que eu pudesse descansar bem e recarregar as energias para conseguir encarar os próximos 12 dias de viagem dirigindo em torno da Islândia. A melhor opção foi pernoitar no Midgard Base Camp que fica localizado na rota do Gold Ring (a principal rota para contornar a ilha). Veja a localização aqui no Google Maps. As opções com preços atualizados e reservas podem ser pesquisados no site https://midgardbasecamp.is/ ou no Booking.com.

Vale a pena conhecer o Midgard, um hostel com estilo islandês de qualidade


Carros 4 x 4 gigantes do Midgard que fazem os passeios na região 


Bem recepcionado no Midgard Base Camp 


A noite de sono foi num colchão confortável essa noite 


Máquina para secar roupa, tipo geladeira, é só pendurar e deixar secando


O Midgard tem um ambiente bastante limpo e com pessoas bem receptivas. Os quartos e camas são espaçosos, tudo bem novo e conservado. O mais legal é a banheira de água termal com vista panorâmica existente no terraço. Estava um dia frio e com vento forte, mas ao entrar na banheira a sensação era tão boa que não dava vontade de sair. Uma experiência divertida e relaxante para finalizar bem o primeiro dia de exploração na Islândia.

Sauna de madeira para fugir do clima frio do país 


A banheira panorâmica de água quente é uma das melhores atrações do Midgard 


Eu merecia uma noite assim (pois é, apesar de estar claro, já eram quase 22h00!)


VEJA O VÍDEO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.